Avião da Air India, modelo 787-8, semelhante ao que caiu nesta quinta-feira. Foto: reprodução

O acidente ocorrido nesta quinta-feira (12) na Índia, que deixou cerca de 290 mortos, marca o primeiro desastre fatal envolvendo um Boeing 787 Dreamliner, a mais moderna linha de aeronaves da fabricante. A tragédia aconteceu em um momento crítico para a Boeing, que busca recuperar sua reputação após uma série de problemas técnicos e de produção nos últimos anos.

O avião da Air India, modelo 787-8, prefixo VT-ANB, decolou de Ahmedabad e, segundo vídeos divulgados em redes sociais, subiu por apenas 15 segundos antes de perder altitude abruptamente, colidindo com o solo 17 segundos depois.

As imagens mostram o trem de pouso ainda abaixado, indicando uma possível falha de potência durante a decolagem. Especialistas sugerem que a causa pode variar entre problemas técnicos ou um choque com aves, mas apenas a análise das caixas-pretas poderá confirmar os motivos exatos.

O 787-8, primeiro modelo da família Dreamliner, foi introduzido em 2011 e revolucionou a aviação comercial com sua estrutura composta por 50% de materiais à base de fibra de carbono, reduzindo peso e melhorando eficiência energética.

Com alcance de até 14 mil quilômetros, o avião foi projetado para voos de longa distância, oferecendo maior conforto aos passageiros, como janelas maiores, umidade controlada na cabine e sistemas avançados de entretenimento.

No entanto, o Dreamliner enfrentou desafios desde seu lançamento. Em 2013, toda a frota foi temporariamente suspensa devido a incidentes com baterias de íon-lítio que superaqueciam.

Nos anos seguintes, a Boeing foi criticada por falhas na produção, incluindo parafusos mal instalados e riscos de rompimento da fuselagem, levando a uma pausa nas entregas em 2021.

Impacto na Boeing e no Mercado

O acidente na Índia ocorre em um momento delicado para a Boeing, que ainda se recupera da crise dos 737 MAX, envolvido em dois acidentes fatais em 2018 e 2019. As ações da empresa caíram 8% no pré-mercado estadunidense após o incidente, refletindo a preocupação dos investidores com possíveis novos impactos na confiança do consumidor.

Apesar dos problemas passados, o 787 tem sido amplamente utilizado por companhias aéreas globais, incluindo a Latam, que opera o modelo em rotas internacionais. A Air India possui cerca de 30 unidades em sua frota, adquiridas para expandir suas operações de longo alcance.

A Boeing emitiu um comunicado afirmando que está colaborando com as autoridades locais e aguardando mais informações sobre o acidente.

A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) e o Comitê Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) devem participar das investigações, que incluirão a análise dos dados das caixas-pretas e dos sistemas de voo.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 12/06/2025