Na manhã deste domingo (29), um Boeing 737-800 da Jeju Air, operando o voo 7C2216, colidiu com um muro durante tentativa de pouso no Aeroporto Internacional de Muan, sudoeste da Coreia do Sul, resultando na morte de 179 pessoas. Apenas dois tripulantes sobreviveram à tragédia, que se configura como o pior desastre aéreo do país em quase três décadas.

A aeronave, que transportava 175 passageiros e seis tripulantes, havia partido de Bangkok, na Tailândia, com destino a Muan. Durante a manobra de aterrissagem, o avião teria emitido um alerta de emergência antes de um pouso forçado, segundo informações das autoridades. Fotografias e vídeos capturados no local mostram o avião se partindo em pedaços, com espessas colunas de fumaça e chamas consumindo os escombros. Apenas a cauda permaneceu parcialmente intacta, dificultando o trabalho das equipes de resgate.

Veja o momento da colisão do avião abaixo:

Possíveis causas do acidente

As autoridades sul-coreanas estão investigando as causas do acidente, apontando fatores que podem ter contribuído para a colisão. Ju Jong-wan, diretor de política de aviação do Ministério da Terra, Infraestrutura e Transporte, afirmou que o trem de pouso do avião aparentemente não desceu corretamente e que os flaps das asas não foram ativados durante a tentativa de pouso. Especialistas sugerem que esses problemas podem ter mantido a aeronave em uma configuração de voo inadequada para aterrissagem, forçando-a a tocar o solo em alta velocidade.

A colisão com pássaros foi outro fator levantado como possível causa. Registros do aeroporto indicam que as planícies lamacentas próximas ao Aeroporto Internacional de Muan são um habitat frequente de aves migratórias, e havia alertas sobre a presença de pássaros na área momentos antes do acidente. Imagens da emissora MBC-TV mostram bandos de aves voando nas proximidades, além de um dos motores da aeronave emitindo chamas pouco antes do impacto.

O mau tempo também está sendo avaliado pelas autoridades como um elemento agravante, embora as condições climáticas ainda não tenham sido confirmadas como fator determinante. Ju Jong-wan destacou que os desastres aéreos frequentemente resultam de uma combinação de fatores, sendo necessário aguardar investigações detalhadas para identificar a causa principal.

Histórico do avião e da companhia aérea

A aeronave envolvida no acidente era um Boeing 737-800, modelo amplamente utilizado na aviação comercial. Segundo Kim E-bae, CEO da Jeju Air, o avião não apresentava histórico de problemas técnicos e havia passado por verificações de rotina. Nos dois dias anteriores ao acidente, a aeronave realizou 10 voos sem incidentes, incluindo rotas entre a Coreia do Sul, Malásia, Japão, China, Taiwan e Tailândia.

Em 2021, no entanto, a Jeju Air esteve sob investigação após um de seus aviões realizar um voo com uma ponta da asa danificada, evidenciando falhas nos protocolos de segurança da tripulação.

O pior desastre aéreo desde 1997

O acidente em Muan supera em gravidade outras tragédias aéreas recentes da Coreia do Sul. O último desastre de proporções similares ocorreu em 1997, quando um jato da Korean Air colidiu com uma colina em Guam, território dos Estados Unidos no Pacífico, resultando na morte de 229 das 254 pessoas a bordo.

Kim E-bae, CEO da Jeju Air, declarou em entrevista coletiva: “oferecemos nossas condolências mais profundas às famílias das vítimas. Assumo total responsabilidade por este acidente e aguardarei as investigações oficiais para determinar a causa exata”.

Equipes de resgate, bombeiros e autoridades de aviação foram para o local do acidente, eles ainda realizam buscas por provas e partes da fuselagem do avião. Os trabalhos concentram-se na análise dos escombros e na coleta de dados das caixas-pretas da aeronave.

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Last Update: 29/12/2024