O Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo concluiu que as 62 pessoas que estavam no avião que caiu na última sexta-feira em Vinhedo, no interior de São Paulo, morreram de politraumatismo.
O diretor do IML, Vladimir dos Reis, afirmou que todas as vítimas morreram de forma instantânea, no momento em que a aeronave tocou no chão.
“As vítimas que tiveram algum nível de queimadura foi pós-morte”, disse.
Segundo a Sociedade Brasileira do Trauma Ortopédico (SBTO), o politraumatismo é caracterizado por múltiplas lesões causadas ao corpo por forças externas, de natureza física ou química, como impactos ou queimaduras.
“Esse tipo de trauma ocorre com frequência em situações que envolvem a transmissão de grandes quantidades de energia cinética, como acidentes de alta velocidade, atropelamentos ou desastres aéreos”, explicou o especialista no atendimento a vítimas de situações extremas Milton Steinman, cirurgião-geral da equipe de Trauma do Hospital Albert Einstein em São Paulo.
O politrauma pode acometer órgãos vitais e diversos sistemas do corpo humano. “O politraumatismo pode ocorrer no dia a dia. Em áreas urbanas, é frequentemente associado a sinistros de trânsito em alta velocidade, especialmente envolvendo motocicletas. Embora esses eventos sejam comuns, o politraumatismo urbano pode não ser fatal. O prognóstico depende da gravidade e da localização das lesões”, afirmou.
Conforme o SBTO, é preciso duas ou mais lesões graves em pelo menos dois sistemas do corpo humano, com repercussão de parâmetros fisiológicos, para definir um caso de politraumatismo.
“Fratura de ossos, lesões cerebrais, hemorragias, amputações e lesões na coluna são os ferimentos mais comuns que ocorrem nesses casos”, destacou a entidade.