Entre 2018 e 2024, 2.140 militares foram condenados pelo Superior Tribunal Militar (STM) por diversos crimes, incluindo tráfico de drogas, estelionato e abuso sexual. A maior parte das condenações recaiu sobre integrantes do Exército (1.615), seguidos por membros da Força Aérea Brasileira (281) e da Marinha (244). Com informações do Metrópoles.
Tráfico de drogas entre militares
O tráfico de entorpecentes foi um dos principais crimes registrados no período. Entre os casos mais emblemáticos está o de Manoel Silva Rodrigues, ex-sargento da Força Aérea Brasileira (FAB), preso em 2019 com 39 kg de cocaína em um voo oficial que acompanhava a comitiva do então presidente Jair Bolsonaro ao Japão. Ele foi condenado a 17 anos de prisão após recorrer da sentença inicial.
Outro episódio marcante ocorreu em 2024, quando dois militares do Exército foram flagrados transportando 230 kg de cocaína em uma viatura militar na BR-262, próximo a Campo Grande (MS). A droga estava escondida em caixas e sacolas na carroceria do veículo.
De 2018 a 2024, o Exército liderou em número de condenações por tráfico de drogas, com 563 soldados sentenciados, enquanto a FAB registrou 29 casos e a Marinha, 26.
Além do tráfico, militares de diferentes patentes foram condenados por estelionato, incluindo dois coronéis do Exército, cujas sentenças foram proferidas em 2018 e 2024. Outros casos envolveram exploração sexual de vulneráveis, estupro e importunação sexual, com réus de diferentes patentes, de soldados a capitães.
Em um caso recente, um oficial do Exército foi condenado por favorecer a prostituição de vulneráveis. No total, foram contabilizados:
Estupro: 2 condenações (soldado e cabo do Exército);
Importunação sexual: 7 condenações entre Exército e FAB;
Exploração sexual: 1 condenação de oficial em 2024.
Crimes e impunidade em altas patentes
Apesar dos números expressivos, nenhuma condenação foi registrada contra generais, brigadeiros ou almirantes no período analisado. A mais alta patente a sofrer punições foi a de coronel, com 17 condenações.
O levantamento foi feito pelo portal Metrópoles via Lei de Acesso à Informação (LAI). As Forças Armadas foram procuradas para comentar os dados, mas não responderam até a última atualização da reportagem do portal.
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