Trabalho escravo no Brasil: 65 mil resgatados e 155 milhões pagos em indenizações

Mais de 65 mil pessoas em condições de trabalho análogas à escravidão no Brasil foram resgatadas pelo governo federal nos últimos trinta anos, aponta levantamento do Ministério do Trabalho divulgado nesta terça-feira 28. Somente no ano passado, ao menos 2 mil trabalhadores foram libertados durante ações de fiscalização.

O levantamento leva em consideração os resultados das cerca de 8,4 mil ações fiscais realizadas desde 1995, ano em que foi reconhecida oficialmente a existência de formas contemporâneas de escravidão. Os resgates são realizados pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel, coordenado pela pasta, além das unidades regionais do órgão nos estados.

Desde 2003, mais de 155 milhões de reais em verbas trabalhistas e rescisórias foram pagos às vítimas. Não é possível contabilizar a quantia de anos anteriores, pois o seguro-desemprego do trabalhador resgatado foi implementado somente naquele ano.

O total de trabalhadores resgatados no ano passado reflete uma diminuição em relação a 2023, quando mais de 3 mil pessoas foram libertas. As operações de 2024 asseguraram o pagamento de 7 milhões de reais em verbas trabalhistas e rescisórias. A política de combate ao trabalho escravo alcançou 5.741 trabalhadores, segundo o levantamento.

As áreas com maior número de resgatados no último período foram: 

  • Construção de edifícios: 293
  • Cultivo de café: 214
  • Cultivo de cebola: 194
  • Serviço de preparação de terreno, cultivo e colheita: 120
  • Horticultura, exceto morango: 84.

Os números revelam ainda um crescimento significativo na quantidade de trabalhadores resgatados em áreas urbanas, que representaram 30% do total de pessoas em condições análogas à escravidão identificadas em 2024. No âmbito doméstico, a Inspeção do Trabalho realizou 22 ações fiscais específicas, resultando no resgate de 19 trabalhadores.

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