O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) denuncia as precárias condições no setor após a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Num ato realizado na última quarta-feira (3), na porta da unidade da Sabesp Costa Carvalho, o sindicato denunciou demissões em massa, assédio contra os trabalhadores e trabalhadoras, água suja chegando às torneiras, falta de funcionários para o atendimento e dezenas de cidades sofrendo com a falta de água.
O presidente do Sintaema, José Faggian, afirma que os trabalhadores não aceitarão esse desmonte promovido por Tarcísio de Freitas e promete muita resistência.
Qual a importância do ato do dia 3 de setembro?
O ato do dia 3 foi fundamental para mostrar que os trabalhadores e trabalhadoras da água, esgoto e meio ambiente não aceitarão calados o desmonte promovido por Tarcísio de Freitas. Reunimos companheiros e companheiras de várias regiões do estado para denunciar as consequências já visíveis da privatização da Sabesp: demissões em massa, assédio contra os trabalhadores, água suja chegando nas torneiras, contas abusivas, falta de atendimento e, principalmente, a população mais pobre sofrendo com a falta de água. Foi um ato de resistência e também de esperança, porque mostrou que o Sintaema está vivo, em movimento e na linha de frente da luta.
Como o Sintaema tem se posicionado frente à onda de privatizações?
Nosso posicionamento é claro: água não é mercadoria. O que o governo Tarcísio chama de “modernização” é, na verdade, um projeto de entrega dos serviços de saneamento à especulação da Faria Lima. Estamos denunciando as consequências dessa política nefasta, que vão desde o aumento brutal das tarifas até crimes ambientais, como o despejo de esgoto direto nos rios. Enquanto o mundo inteiro reconhece que privatização foi um erro e reestatiza serviços essenciais, São Paulo anda para trás. O Sintaema se coloca frontalmente contra esse retrocesso.
Como os comunistas atuam na luta pelo saneamento público e de qualidade e a reestatização do setor?
A luta pelo saneamento é parte da luta maior pelo socialismo. Os comunistas compreendem que bens essenciais, como água e energia, não podem ser submetidos à lógica do lucro. Nosso papel é organizar a classe trabalhadora, denunciar a exploração e apontar uma saída que passa pelo fortalecimento das estatais e pela reestatização de tudo o que foi entregue ao capital privado. A defesa do saneamento público é defesa da soberania nacional, da justiça social e da vida digna para o povo.
Como o Sintaema tem organizado a resistência?
Estamos construindo resistência em várias frentes: organizando atos nas unidades da Sabesp em todo o estado, fortalecendo a mobilização da categoria, denunciando as violações de direitos e dialogando com a população que já sente no bolso e na torneira os efeitos da privatização. Também estamos buscando unidade com outros sindicatos e movimentos, como o Sintius da Baixada Santista, porque sabemos que essa luta é de todos. Como ação tática iremos reforçar a luta juntos as Casas Legislativas e na esfera judicial. O Sintaema está vigilante e determinado: vamos seguir na linha de frente para garantir o direito universal à água e ao saneamento de qualidade e resistir contra os ataques aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras da água, esgoto e meio ambiente.