Neste dia 17 de junho, os trabalhadores da Caixa Econômica Federal, nacionalmente, organizaram, através de suas entidades de classe, um “Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa” como forma de protesto contra os ataques que a direção do banco vem desferindo ao plano de saúde dos trabalhadores da Caixa.
Além das diversas direções sindicais espalhadas por todo o país que organizaram essas atividades, também estiveram presentes representantes da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal) e da Contraf/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), que produziram uma cartilha explicativa sobre “O que está acontecendo com o Saúde Caixa?”, a qual foi distribuída em cada local de trabalho. Além da cartilha, também foi entregue uma carta aberta com a denúncia do descaso da direção do banco com relação à saúde dos seus funcionários. O tema principal é a reivindicação do “reajuste zero” e a oposição à imposição do banco em relação aos reajustes nas mensalidades.
Logo em seguida, foi realizada uma roda de conversa em diversas agências com os trabalhadores, ressaltando a necessidade de se travar uma luta, através de suas organizações, como forma de resistência contra essa ofensiva reacionária da direção do banco no que tange ao plano de saúde dos trabalhadores da Caixa.
Em Brasília, aconteceram diversas manifestações em várias agências, sendo que, em uma delas, realizada na agência da 515 Sul, localizada no Plano Piloto da capital federal, a Corrente Sindical Nacional Causa Operária – Bancários em Luta – esteve presente através de seu representante e também diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília, Ricardo Machado. Juntamente com o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, demais diretores e trabalhadores do Sindicato dos Bancários de Brasília se reuniram com os bancários daquela agência para explicar o que está em jogo com esses ataques da direção do banco contra o plano de saúde, e que a única saída para os trabalhadores é por meio dos métodos tradicionais de luta da classe trabalhadora, em defesa de suas conquistas e de seus direitos.
Abaixo, reproduzimos a carta aberta com a qual estão sendo realizados os trabalhos junto à categoria, em defesa do Saúde Caixa:
“Quem cuida do Brasil merece ser cuidado.
Nós, empregados da Caixa Econômica Federal, desempenhamos um papel essencial para o país. Somos protagonistas na promoção da justiça social e na construção de um Brasil mais igualitário. Estamos na linha de frente da gestão e do pagamento de benefícios fundamentais para milhões de brasileiros, como o Auxílio Gás, o Bolsa Família, o FIES, entre outros programas sociais.
Durante a pandemia, mostramos o verdadeiro significado de compromisso com a sociedade. Arriscamos nossas vidas para garantir o pagamento do auxílio emergencial e viabilizar políticas públicas urgentes. A Caixa teve atuação decisiva e, mais uma vez, ficou evidente a importância estratégica do banco público para o Brasil.
Diante de tudo isso, sentimos ainda mais indignação com as atitudes da direção do banco em relação ao Saúde Caixa.
Nossa saúde não pode ser negligenciada. O Saúde Caixa, que sempre foi baseado em um modelo justo e solidário, vem sendo atacado nos últimos anos.
A empresa tem transferido progressivamente os custos do plano para nós, trabalhadores, justificando essa mudança com um teto de 6,5% da folha de pagamento – limite imposto pela própria direção no Estatuto –, com o único objetivo de restringir sua responsabilidade no custeio do plano.
Essa lógica é insustentável. A inflação médica cresce muito acima dos nossos salários. Consultas, exames, cirurgias e internações estão cada vez mais caros. Quando o limite de gastos é atingido, a empresa simplesmente deixa de cumprir sua parte. A diferença recai, injustamente, sobre nós – especialmente sobre os colegas aposentados, que mais precisam de assistência médica.
Os problemas continuam com a imposição dos reajustes nas mensalidades, centralização do atendimento, descredenciamento de prestadores e retirada de direitos importantes, como o plano pós-emprego.
Reivindicamos reajuste zero e melhorias no plano de saúde.
A direção da Caixa precisa fazer sua parte. Cuidar de quem sempre cuidou do Brasil não é um favor, é uma obrigação.”