Uma operação realizada entre os dias 16 e 18 de maio resgatou 14 camponeses submetidos a trabalho escravo em uma fazenda de batatas em São José dos Ausentes, interior do Rio Grande do Sul. Os trabalhadores, a maioria vinda do Maranhão, enfrentaram condições degradantes por dois meses, após serem enganados por um intermediário conhecido como “gato”. O dono da fazenda não sofreu punição, evidenciando a impunidade que marca esses casos.

Os camponeses foram contratados com promessas falsas e, ao chegarem, encontraram uma realidade de exploração. Sem carteira assinada, sofriam descontos irregulares no salário e viviam em barracos, sendo obrigados a pagar até pelas roupas de cama. Muitos trabalhavam sem equipamentos de proteção, alguns descalços, enfrentando o frio intenso da região. O dono da fazenda chegou a ameaçar os trabalhadores de morte quando se recusavam a cumprir as tarefas.

Após o resgate, os camponeses foram levados para uma pousada na cidade e receberam R$150 mil em verbas rescisórias. Apesar do pagamento, o responsável pela fazenda não enfrentou consequências jurídicas.

Em 2024, o Ministério Público do Trabalho resgatou 3.190 do trabalho escravo no Brasil, sendo 30% em fazendas do Rio Grande do Sul. O caso de São José dos Ausentes é mais um exemplo da exploração criminosa que marca o latifúndio brasileiro, reforçando a necessidade de uma luta dos trabalhadores por seus direitos, contra um sistema que lucra com a escravidão moderna.

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Last Update: 07/06/2025