Funcionários da PepsiCo, empresa dona de marcas como Pepsi, Elma Chips, Toddy e Gatorade, estão realizando a primeira greve de trabalhadores brasileiros contra a escala 6×1. A mobilização envolve profissionais das fábricas de Itaquera, na capital paulista, e de Sorocaba, interior do estado.

A paralisação foi decidida em assembleias realizadas nas duas fábricas no domingo 24. A categoria é representada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Laticínios e Alimentação de São Paulo (Stilasp), que organiza a mobilização.

Segundo a entidade, a empresa tenta implementar as jornadas 6×1 e 6×2. Os trabalhadores afirmam que tentam diálogo, mas a empresa se mantém irredutível.

“Na última reunião, realizada no dia 22, a empresa ignorou nossa proposta, reafirmando um comportamento que consideramos inaceitável, visto que estamos passando por uma mobilização nacional pelo fim de jornadas de trabalho desumanas”, destacou o sindicato.

A greve recebeu o apoio de parlamentares que defendem a escala, incluindo a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que enviou representantes para as assembleias realizadas nas duas plantas.

“A justificativa da empresa, de que o fim da escala 6×1 causaria ‘ociosidade’ e ‘ineficiência’ aos trabalhadores, é ridícula e ofensiva. E duvido que a PepsiCo diria isso para os trabalhadores de suas plantas na Europa, que tem uma carga de trabalho bem menor e continuam gerando lucros astronômicos, semelhantes aos da América Latina e Brasil”, escreveu a deputada.

Em nota à imprensa, a PepsiCo afirma que respeita o direito legítimo dos trabalhadores de se manifestarem, mas que a jornada 6×1 está de acordo com a legislação brasileira em vigor.

“A PepsiCo permanece aberta ao diálogo com seus colaboradores e representantes sindicais em busca de soluções equilibradas para todas as partes, reafirmando o seu cuidado e compromisso com as pessoas com base em relações éticas e responsáveis que sempre orientam as suas decisões”, complementa a nota.

Na Justiça

A mobilização dos trabalhadores da companhia chegou ao judiciário. Em audiência no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, houve a proposta de uma “cláusula de paz” até a realização de nova audiência em 2 de dezembro.

Os trabalhadores da planta de Itaquera se reunirão em assembleias por turnos até esta quarta-feira para decidir se aceitam a cláusula.

O TRT-15 marcou para a tarde desta quarta uma audiência para discutir o caso dos trabalhadores da fábrica da cidade.

“Continuaremos unidos em busca de uma jornada de trabalho digna, que nos permita desfrutar dos momentos de descanso com nossas famílias, preservando nossa qualidade de vida e saúde física e mental”, resumiu o Stilasp.

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Last Update: 27/11/2024