
O trabalhador mantido em situação análoga à escravidão por três homens de 57, 40 e 24 anos, em Planura, no Triângulo Mineiro, pode ser indenizado em mais de R$ 1 milhão após ser forçado a tatuar as iniciais dos patrões, conforme informações do G1.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) solicitou a quantia de R$ 1,3 milhão em ação civil pública na Justiça Trabalhista, divulgada nesta segunda-feira (28). O valor inclui R$ 300 mil relativos a verbas salariais e rescisórias, além de R$ 1 milhão por danos morais individuais e R$ 2 milhões por danos morais coletivos.
O MPT explicou que “a indenização por dano moral individual é uma reparação diretamente à vítima, enquanto a indenização por dano moral coletivo é revertida para a sociedade, normalmente usada para realizar melhorias no local onde o crime ocorreu”, de acordo com o auditor fiscal do trabalho Humberto Monteiro Camasmie.
Escravizado por 9 anos
O homossexual, de 32 anos, foi forçado a tatuar as iniciais de dois patrões nas costelas como “símbolo de posse”. Ele foi vítima de violência física, psicológica e sexual enquanto trabalhava para os três homens, que o mantiveram em condições abusivas.
O homem trabalhou por nove anos como empregado doméstico, enquanto uma mulher, de 29 anos, também foi mantida em condições análogas à escravidão por seis meses. Ela é transexual e uruguaia.
Os suspeitos foram presos em flagrante pela Polícia Federal. Eles miravam vítimas LGBT+ em situação de vulnerabilidade socioeconômica e afetiva, criando laços de confiança para, então, submeter as vítimas a condições de trabalho forçado.
Os três suspeitos, um contador, um administrador e um professor, formavam um trisal e aliciavam as vítimas com promessas de trabalho, moradia, alimentação e a oportunidade de terminar o ensino médio e realizar cursos profissionalizantes na instituição de ensino que mantinham na cidade.

O caso foi denunciado ao Disque 100, que apontou graves violações de direitos humanos, como trabalho forçado, cárcere privado, exploração sexual e violência física e psicológica.
A investigação revelou que os suspeitos aliciavam vítimas por meio de redes sociais, principalmente em páginas LGBT, buscando pessoas vulneráveis. Além disso, os auditores constataram que a vítima foi filmada enquanto era submetida a abusos sexuais, sendo chantageada para não denunciar.
A mulher que também foi vítima não sofreu as mesmas violências, mas presenciou as agressões ao homem. O trio de suspeitos está preso na Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira, em Uberaba, pelo crime de tráfico de pessoas para exploração de trabalho escravo.
Conheça as redes sociais do DCM:
Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line