A Venezuela está sob ataque. Os Estados Unidos não apenas bombardearam navios no mar do Caribe, como intensificam, a cada dia, as ameaças de uma invasão direta ao país. Os ataques e arbitrariedades contra a Venezuela, um país latino-americano que faz fronteira com o Brasil, acumulam-se sem qualquer freio.
A atual crise venezuelana apenas reforça algo que já havia ficado evidente na situação de Gaza: o direito internacional, na prática, vale praticamente nada. Que lei autoriza um país a fechar o espaço aéreo de outro, como fizeram os EUA com a Venezuela? Que norma permite um país impedir a circulação de navios petroleiros em determinado país como fizeram os EUA com a Venezuela? A resposta é simples: não existe nenhuma. Ainda assim, são poucos os países que se levantam contra essas arbitrariedades escancaradas.
A posição do governo brasileiro é das mais lamentáveis. Em vez de condenar de forma inequívoca a agressão dos Estados Unidos e levantar a palavra de ordem “Fora os EUA do mar do Caribe”, o Brasil opta por se declarar “neutro”. No entanto, quando uma potência imperialista ataca um país mais fraco, a neutralidade não existe. Ela significa, na prática, apoiar o agressor. Isso se torna ainda mais grave quando o país atacado é nosso vizinho direto.
O caso venezuelano evidencia como decisões diplomáticas equivocadas, acumuladas ao longo do tempo, cobram um preço elevado. Desde as eleições de 2024, a postura do governo brasileiro tem sido desastrosa: recusou-se a reconhecer o resultado eleitoral e passou a exigir que Maduro divulgasse as atas. Mesmo após o PSUV (partido de Maduro) apresentar essas atas à corte eleitoral venezuelana, o governo brasileiro manteve sua posição, revelando que, nesse ponto, atua a reboque do imperialismo.
Lula deveria ter aprendido com Chávez (e agora com Maduro) a importância de mobilizar o povo. Em vez de se esconder embaixo da cama como fizeram os petistas durante o impeachment de Dilma, Maduro respondeu à ofensiva ianque distribuindo armas à população para garantir a defesa do país, à semelhança do que fizeram os vietnamitas em sua guerra heroica contra os Estados Unidos. Não é por acaso que a Revolução Bolivariana, iniciada por Chávez em 1999, já dura 26 anos, venceu todas as eleições e não foi derrubada nem por golpes, nem por intervenções externas.
Esse histórico, somado à atual mobilização das massas venezuelanas contra a ofensiva imperialista, é mais do que suficiente para afirmarmos, de forma clara e sem ambiguidades: todo apoio à Venezuela! Aqueles que se dizem de esquerda, mas fazem ressalvas a essa palavra de ordem, não passam de idealistas incapazes de compreender a política real.