O jornal mais reacionário da direita mundial atacou novamente. O The Militant publicou um novo artigo para atacar o Irã “Governantes em Teerã ameaçam ampliar a guerra no Oriente Médio contra a população judaica”. Isso acontece após o país persa ter sido vítimas de um gigantesco atentado contra a sua soberania que foi o assassinato de Ismail Hanié, líder do Hamas em Teerã. O Irã prometeu resposta, como qualquer nação faria, e está sendo criticado por “antissemitismo” pelo jornal da direita norte-americana.
Ele começa: “o povo israelense está se preparando para se defender de novos ataques ameaçados pelo regime capitalista progressista do Irã e seus aliados, incluindo o Hamas e outros grupos na ‘luta de resistência’. Quando o Militant foi publicado, esses ataques ainda não haviam começado”. Aqui aparecem as coordenadas completamente erradas do jornal. O agente atuando não é o “povo de Israel” mas sim o governo sionista, um braço do imperialismo norte-americano no Oriente Médio. Os oprimidos são os povos do Oriente Médio e por isso os governos e organizações da resistência não são reacionários. Eles, mesmo sendo capitalistas, são nacionalistas, estão na mesma luta que o povo contra o imperialismo.
Então o artigo afirma: “apesar de toda a retórica agressiva [do Irã], está claro que o regime está procurando agir de forma a evitar provocar um contra-ataque devastador por parte do governo israelense. O ministério das Relações Exteriores de Teerã disse que ‘não pretendia aumentar as tensões regionais’”. Mais uma vez ele erra. O medo não é “Israel”, que não consegue nem combater o Hamas, quem dirá a República Islâmica do Irã. A questão é evitar que os EUA aproveitem o ataque para ampliar suas operações no Oriente Médio. A demora consiste em definir um ataque preciso que cause danos em “Israel”, mas sem ampliar a presença do imperialismo.
O The Militant só tem um argumento para embasar seus ataques a resistência no Oriente Médio, o tradicional argumento sionista do “ódio aos judeus”. “A imprensa liberal burguesa, do Times ao Washington Post, escreveu sobre a morte de Hanié como se ele fosse apenas mais um diplomata, e sobre o Hamas e o Hesbolá como se fossem grupos políticos que simplesmente têm um conflito com Israel. Eles pedem que Washington atue como um árbitro neutro, buscando alcançar a paz ao fazer com que todos os lados comprometam-se”, afirmam.
Ou seja, ele considera que a imprensa burguesa está agindo contra “Israel”! Eles não seria os grandes inimigos, difamadores do Hamas, do Hesbolá e do Irã, na verdade estaria fazendo uma campanha positiva sobre os grupos. Para se defender o sionismo genocida isso só é possível com argumentos absurdos.
Ele segue: “o Post escreveu que Haniyeh era ‘considerado um dos líderes mais pragmaticamente políticos do Hamas.’ O Times citou favoravelmente um ‘think tank’ palestino dizendo que Hanié era ‘politicamente perspicaz’ e ‘um líder bastante tático’. Mas Hanié era o líder de um grupo que abertamente clama por justiça e liberdade para o povo palestino”. Aqui aparece a propaganda sionista nua e crua. Isso é obviamente uma farsa. O Hamas não é uma organização contra os judeus, é contra “Israel”. Só uma linha política iguala essas duas coisas, o sionismo.
E então eles se superam, colocam-se à direita de Biden: “o respeito à diversidade religiosa também estavam no coração da fundação do Hesbolá . E é por isso que o governo capitalista israelense não tem escolha senão afastar o Hesbolá da fronteira libanesa, não importa o que a Casa Branca queira”. O Hesbolá não tem nada de ódio aos judeus, é uma organização que respeita a diversidade religiosa. Ele foi fundado, pois “Israel” invadiu e ocupou o sul do Líbano. Mas o jornal vai além, defende a invasão do Líbano! Essa é a consequência de aderir às teses do sionismo.
O texto então adentra a cartilha imperialista de afirmar que o Irã é uma ditadura: “o maior obstáculo que Teerã enfrenta vem do povo trabalhador no Irã. Os esforços do regime para estimular apoio às suas ações contra Israel em jogos de futebol foram recebidos com escárnio. Trabalhadores estão organizando greves e protestos diários exigindo salários mais altos e melhores condições de trabalho”. Aqui mais uma vez aparece uma realidade, é preciso usar argumentos absurdos para se defender o sionismo.
A morte de Ismail Hanié, líder do Hamas, levou uma gigantesca multidão às ruas de Teerã. Isso é muito mais relevante que qualquer suposto jogo de futebol. A luta em defesa da Palestina é tão popular no Irã que mobiliza o povo nas ruas todos os anos, no famoso Dia de al-Quds. Os trabalhadores iranianos, por sua vez, odeiam o sionismo e os norte-americanos, pois sabem que eles foram responsáveis pelo golpe de Estado de 1953 e por todo o sofrimento posterior. Acreditar que a luta contra “Israel” não é popular no Irã é ridículo.
Ele conclui com mais um exemplo que serve mais como uma denuncia: “refletindo o crescente sentimento contra as aventuras militares de Teerã no exterior, a União dos Motoristas de Caminhão do Irã postou a seguinte mensagem online em 10 de julho, sob uma foto de uma estrada esburacada: ‘Nós nos consideramos a potência líder na região e no Oriente Médio, mas somos incapazes de pavimentar a rota na fronteira de Bazargan [Turquia], uma passagem de trânsito internacional, porque o dinheiro e os recursos são gastos no Líbano, Palestina, Iraque e outros grupos de proxies’”.
Para eles, a culpa da pobreza do país não são as gigantescas sanções econômicas impostas pelo imperialismo ao Irã. A ameaça permanente de guerra que obriga o país a investir nas forças armadas. O problema seria o financiamento dos aliados do Irã na região. E ainda pior, os caminhoneiros estariam preocupados com isso. Esses devem ser os mesmos caminhoneiros que pediam intervenção militar no Brasil. Não é algo sério. Todos sabem que a pobreza do Irã existe devido a 40 décadas de bloqueio econômico. E os sionistas são a linha de frente nessa questão.