Na arte, o gosto não é uma entidade metafísica, mas sim uma construção social e cultural. O que é considerado belo ou ruim depende do contexto e da perspectiva do observador. Nesse sentido, é importante questionar quem gosta de comidas exóticas, como a comida japonesa, e por quê.

Na contemporaneidade, a beleza é contemplada com critérios plurais, e a inclusão de todos, independentemente de suas características físicas, é um tema recorrente. A modelo italiana Chiara Bondi, por exemplo, é uma defensora da inclusão e da diversidade.

A atriz Sônia Braga é um exemplo de como a percepção da beleza pode mudar ao longo do tempo. Ela foi considerada feia em sua juventude, mas posteriormente se tornou uma modelo de beleza.

Em termos de cinema, o que é considerado um filme bom ou ruim depende do critério utilizado. Dois filmes, “A caçada do futuro” e “No umbral da China”, foram analisados em termos de consciência política e semiótica. O primeiro filme é uma crítica à repressão política e à luta de classes, enquanto o segundo é uma apologia do imperialismo e do capitalismo.

Em “No umbral da China”, o diretor Samuel Fuller antecipa discussões levadas adiante em “Cão Branco”, seu melhor filme. O filme apresenta uma cenografia fantástica e discute o racismo e a luta de classes.

Diante dos contrastes de Fuller, questiono-me se eu gostei de “No umbral da China”. Gostei, apesar da ideologia pró-imperialista e anticomunista. Toda obra de arte tem dois aspectos: o ideológico e o semiótico. O gosto não se pauta somente por um critério, pois todo texto, e não apenas as obras de arte, constituem-se, semioticamente, por vários aspectos.

Para concluir, em regra, cineastas excessivamente ocupados com aspectos formais tendem a se aproximar da direita, enquanto boa parte do cinema progressista se refugia nos considerados filmes B. Ideologia e expressão artística raramente se combinam com perfeição.

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Última Atualização: 19/07/2024