Dois anos após ter subido a rampa do Palácio do Planalto com um representante indígena no grupo de minorias que o acompanhava, o presidente Lula parece ter colocado em prática suas promessas de ajudar os povos indígenas a recuperar a dignidade e a segurança, assumindo o compromisso de lutar contra a mineração ilegal na Amazônia. A avaliação é do jornal The Guardian, que foi convidado a visitar uma aldeia e acompanhar os trabalhos do governo na região.
“A esperança voltou”, disse Maurício Ye’kwana, um líder indígena recentemente nomeado responsável pela saúde na região Yanomami pelo Ministério da Saúde.
Segundo a reportagem de Tom Phillips, os relatos das lideranças indígenas são de esperança e gratidão porque o governo finalmente passou a olhar para a preservação das etnias, em vez de fazer vista grossa e deixar os mineradoras ilegais ameaçar territórios, saúde e o futuro dos indígenas.
“Hoje o povo Yanomami não chora mais porque nossas crianças não estão mais morrendo”, disse Júnior Hekurari à reportagem do The Guardian. Segundo ele, seu povo “foi levado à beira da destruição nos últimos anos, quando dezenas de milhares de garimpeiros ilegais invadiram suas terras e o governo anterior do Brasil os abandonou à própria sorte.”
O governo anterior é o governo de Jair Bolsonaro, onde os povos Yanomamis experimentaram como é viver “à beira do abismo”. Enquanto com Lula há relatos de que “as coisas estavam melhorando”, “as taxas de fome e mortalidade infantil estavam caindo e muitos garimpeiros tinham sido expulsos” dos territórios Yanomami, com Bolsonaro era justamente o contrário.
“Sob o governo de Jair Bolsonaro, o governo lavou as mãos de responsabilidade enquanto gangues criminosas de mineração invadiram a área indígena supostamente protegida, arrasando florestas, envenenando rios e aterrorizando comunidades indígenas que tinham pouco contato anterior com o mundo exterior. Centros de saúde do governo foram sequestrados ou queimados por mineradores e malária, desnutrição, violência sexual e doenças devastaram aldeias distantes, enquanto a administração de Bolsonaro se ocupava em desmantelar serviços de saúde indígenas e proteções ambientais”, descreveu o The Guardian, lembrando também que a população local passou a ter acesso a armas, o que aumentou também o conflito entre etnias.
Agora, tudo está em transformação. “As coisas estão melhorando”, disse Ye’kwana, descrevendo como as tropas fecharam muitas das minas de ouro e cassiterita da região. The Guardian, porém, relatou que ainda há minas irregulares operando na região. O desafio do governo é expandir essa batalha e zerar a mineração ilegal, para ajudar o território Yanomami a se reconstruir.
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