The Economist faz eco com vira-latas, mas Lulinha tem sorte

por Armando Coelho Neto

Não há mais imprensa no Brasil, mas sim empresas de publicidade, de propaganda e de difusão de mentiras. Todas especializadas em desinformar a população, seja criando ou distorcendo fatos. Às vezes, desconfiadas de si mesmas, as supostas “grande imprensa” ou “grande mídia”, recorrem à asseclas estrangeiras para ganhar credibilidade. O espírito vira-lata usa um outro idioma para avalizar mentiras.

Algo assim… deu no New York Times, saiu no “Tio San News”, foi o Gleen das condongas quem escreveu… Entretanto, veículo algum estrangeiro tem bola de cristal e são alimentados por informantes brasileiros e correspondentes estrangeiros nem sempre respeitáveis. Não raro, a serviço da mídia vira-lata. Tudo isso a propósito do The Economist, um forte veículo do decadente ex-Império Britânico.

O veículo já chamou políticos brasileiros de ‘zumbis’, e no ano do golpe contra Dilma fez três matérias seguidas depreciativas contra ela, dando sua forcinha. Numa das capas estampava uma passista de escola de samba entre gosma verde, ajudando a CNN a publicar: “Brasil está no atoleiro e Dilma é fraca”. Na disputa presidencial de 2022, o jornal flertou com a ascensão nazifascista no Brasil.

Com Cristo Redentor respirando por aparelhos o jornal pontificou: “a década sombria do Brasil”. Lula 3 “seria ruim para o Brasil e para o mundo. Só Lula pode prevenir isso”. Ainda que se reconheça aqui ali alguma generosidade para com a figura humana do atual presidente, a síndrome do escorpião fala mais alto. The Economist vive a serviço dos ricos no mundo, e no Brasil tem parceria com Infomoney.

A Infomoney, por sua vez, tem vínculos com a XP Investimentos, empresa que financiava pesquisas eleitorais, e que chegou a promover encontro(s) “confidenciais” e ou “secretos” entre empresários com o ex-procurador Deltan Dalagnol e o atual ministro do STF Luiz Fux. É aqui que mora o escorpião. The Economist orgulha-se da defesa dos milionários do mundo, entre os quais os milionários do Brasil. Céus!

Nesse clima, Lula perde influência no exterior, popularidade no Brasil, se afasta das democracias ocidentais e dos Estados Unidos – diz o escorpião, The Economist. Ao reverberar a matéria, a mídia vira-lata sugere flerte com a Rússia, China, na base do, não somos nós, são eles (os patrões) que estão dizendo. Em clima de torcida, nenhuma análise sobre o avanço do nazifascismo como pano de fundo.

De olho nos interesses dos criadores do secular “informativo”, é possível que editores e jornalistas do conceituado veículo (em seu segmento) não saibam, e se sabem jogam no mesmo time sujo da oligarquia brasileira. Nesse sentido, fazem diagnósticos influenciados pelos urubus da Faria Lima, que na prática configura uma horda de videntes vesgas, pródigas em previsões derrotistas.

As fontes do The Economist, no Brasil, sofrem do pessimismo vira-lata crônico, pois erram PIB, taxas de juros (Selic), câmbio, são catastróficas quanto ao mercado, capacidade do governo de gerar crescimento e desempenho econômico. Não fazem previsões ou estudos prospectivos baseados em dados reais. São movidas por perversões ideológicas e violentas, no melhor estilo torcida “hooligans” da Inglaterra.

Também é provável que o crítico jornal não saiba que o ex-ministro da economia do desgoverno passado, Paulo Guedes, se orgulhava da performance econômica do Brasil, mas seu dinheiro guardado no exterior ficou protegido lá fora. Segundo ele, com Lula 3, o Brasil poderia se tornar uma Argentina em seis meses, e, em um ano e meio, iria se converter numa Venezuela, que vai bem obrigado com PIB de 9%.

No início do governo Lula, as previsões do mercado para o PIB eram baixas. Entretanto, o crescimento real superou as nefastas expectativas. Em 2023, a previsão de crescimento era de apenas 0,78%, mas ao final ficou em 2,9%. Outra hecatombe iminente frustrada seria a desvalorização do real, com o dólar a R$ 6,50. Mais uma surpresa para os vira-latas da Faria Lima: estabilização da moeda.

Fuçando as redes sociais, surge uma notinha solta: UOL fez levantamento das estimativas realizadas no início de 2021, 2022, 2023 e 2024 e constatou que o mercado errou 95% das previsões sobre a economia e a Bolsa de Valores. Como se vê, The Economist faz eco com os vira-latas, endossa o jogo de azar da Faria Lima, enquanto o povo ainda aposta no Lulinha da sorte. Xô, urubu!

Armando Rodrigues Coelho Neto é jornalista, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-representante da Interpol em São Paulo

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Last Update: 02/07/2025