Fanáticos planejavam atacar show de Lady Gaga com bombas e ameaças envolvendo uma criança. Foto: Divulgação

A Polícia Civil do Rio de Janeiro desarticulou um plano de atentado a bomba contra o show da cantora Lady Gaga, que reuniu mais de 2 milhões de pessoas na orla de Copacabana, na noite de sábado (3). A ação policial impediu que um grupo extremista, motivado por ódio religioso e ideológico, cometesse um ataque com artefatos explosivos e até a execução de uma criança ao vivo pela internet.

Denominada Operação Fake Monster, em alusão ao nome do fandom da artista, Little Monsters, a ofensiva ocorreu em parceria com o Ministério da Justiça e envolveu agentes especializados em crimes cibernéticos, antiterrorismo, infância e juventude. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em nove cidades de quatro estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.

Segundo a polícia, o grupo radical se articulava por fóruns e plataformas digitais onde promovia radicalização de adolescentes, apologia ao nazismo, racismo, homofobia e incentivo a atentados violentos. Os membros compartilhavam instruções para fabricação de coquetéis molotov, promoviam desafios com teor suicida e faziam ameaças explícitas ao público LGBTQIA+.

O caso mais alarmante foi identificado no município de Macaé, no interior do Rio. Um dos investigados não apenas planejava atacar o show de Lady Gaga, como também ameaçava assassinar uma criança durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais. Em publicações anteriores, ele alegava que a cantora seria uma “satanista” e que realizaria um “ritual de vingança” durante o evento.

“O suspeito dizia que mataria uma criança como parte de um ritual satânico para punir a artista”, afirmou o delegado Felipe Curi, secretário de Polícia Civil. “Conseguimos agir sem causar pânico e prender os dois principais líderes dessa organização terrorista.”

Lady Gaga realizou uma apresentação na praia de Copacabana. Foto: Divulgação

Outro integrante do grupo foi preso em flagrante no Rio Grande do Sul por porte ilegal de arma. Já no Rio de Janeiro, um adolescente foi apreendido por armazenar pornografia infantil em seu celular. A Polícia Civil aponta que o grupo atuava como uma célula radicalizada digital, focada em ganhar notoriedade por meio de crimes violentos e transmissões chocantes.

De acordo com o delegado Luiz Lima, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), os membros criavam “desafios coletivos” para atrair novos seguidores, principalmente adolescentes e jovens vulneráveis. “Eles são organizados, buscam popularidade nas redes e têm metas claras de recrutamento”, destacou.

O delegado Carlos Oliveira, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRAE), lembrou que a legislação antiterrorismo brasileira permite punição mesmo para atos preparatórios. “Não é necessário esperar o ataque acontecer. Se há intenção e articulação, o crime já está caracterizado.”

O evento de Lady Gaga ocorreu sem intercorrências e sob vigilância discreta das autoridades. O material apreendido, incluindo mensagens, vídeos e instruções para fabricação de armas, está sendo periciado. Os envolvidos poderão responder por terrorismo, induzimento ao crime, apologia à violência, pedofilia, formação de organização criminosa e posse ilegal de armas.

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Last Update: 04/05/2025