Um terremoto de magnitude 8,8 sacudiu a costa da Península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, na manhã desta quarta-feira (30), no horário local. O epicentro foi localizado no mar, a cerca de 320 km da costa, a uma profundidade de 36 km, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). O tremor é considerado o mais forte registrado no planeta desde o desastre de Tōhoku, no Japão, em 2011, que provocou o colapso da usina nuclear de Fukushima.

Ondas de até quatro metros atingiram áreas costeiras da Rússia. Ao menos 12 cidades da região relataram danos estruturais e interrupções no fornecimento de energia elétrica. Felizmente, não há registros de mortes até o momento.
A cidade portuária russa de Severo-Kurilsk foi uma das mais afetadas. Ondas avançaram sobre a área, inundando ruas, danificando fábricas e espalhando contêineres pela costa. De acordo com o prefeito Aleksandr Ovsiannikov, o impacto foi intenso.
Alertas e evacuações
O terremoto desencadeou uma série de alertas de tsunami em toda a Bacia do Pacífico. O Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico emitiu avisos para Japão, Alasca, Havaí, partes do Canadá e da costa oeste dos Estados Unidos.
No Japão, a agência meteorológica alertou a população: “Não entrem no mar ou se aproximem da costa até que o alerta seja suspenso.”
Diante da possibilidade de tsunami, o Japão também optou por evacuar a antiga usina nuclear de Fukushima, desativada desde 2011.
O impacto também foi sentido em Miyagi, no norte do Japão, onde ondas de 1,3 metro chegaram ao porto às 13h52 (1h52 no horário de Brasília). Escolas foram fechadas e cerca de 20 mil pessoas foram evacuadas em regiões como Hokkaido e Aomori.
Nos Estados Unidos, o Havaí emitiu um alerta de tsunami — mais tarde rebaixado para aviso — mas manteve restrições em praias e áreas costeiras. A Califórnia também interditou trechos do litoral por precaução.
Repercussão na América do Sul
O temor de um tsunami se estendeu para a América do Sul. Colômbia e Equador adotaram medidas emergenciais em resposta à ameaça.
Na Colômbia, praias e zonas costeiras foram evacuadas nos departamentos de Nariño e Chocó. Autoridades restringiram o tráfego marítimo e alertaram: “As pessoas devem se dirigir a lugares altos e distantes da costa.”
No Equador, a evacuação preventiva de áreas baixas e das Ilhas Galápagos foi ordenada ainda na noite de terça-feira.
Risco ainda não está descartado
Horas após o tremor, o nível de alerta foi rebaixado em diversas regiões, mas a vigilância permanece. Segundo o Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico, mas ainda há risco de correntes marítimas anormais e maré alta em diversas regiões costeiras.
Especialistas seguem monitorando o deslocamento das ondas e reforçam que a população costeira deve evitar áreas de risco nas próximas 24 horas.
Com informações da AFP.
