O Sintaema recebeu uma denúncia alarmante sobre um episódio ocorrido no último sábado (19), que escancara os riscos impostos aos trabalhadores e trabalhadoras pela terceirização desenfreada que avança na Sabesp.
Em Santos/SP, uma equipe do Consórcio Global Santos, terceirizada da Sabesp, junto com um manobrista da própria companhia, executava um serviço de reparo (ARR 75 mm) em condições absolutamente precárias e perigosas.
O cenário era revoltante:
- Um trabalhador foi flagrado dentro de uma vala (veja foto abaixo) com água até o pescoço, com cerca de 1,50 m de profundidade, tentando bater uma luva de ferro — ou seja, trabalhando submerso, em risco real de afogamento e acidentes.
- A água ainda escorria na rede, mesmo após o manobrista ter confirmado o fechamento, mostrando descontrole operacional total.
- A bomba de sucção estava ao lado, mas não foi utilizada.
- Faltou escoramento da vala, uma medida mínima de segurança, e o serviço começou com um veículo ainda parcialmente dentro da área de escavação. O dono do carro, ao perceber o risco, acionou a seguradora para a retirada imediata.
Tudo isso é fruto da lógica privatista e da terceirização, que prioriza a redução de custos a qualquer preço — mesmo que esse preço seja a vida de um trabalhador ou da população, que circulava sem problemas próximo à operação.
A ausência de treinamento, de estrutura e de fiscalização é o retrato da desumanização imposta pela ideologia do lucro e pela terceirização geral do trabalho.
“É essa a “eficiência” prometida pela privatização? É esse o futuro da Sabesp que o governo Tarcísio de Freitas quer empurrar à força sobre a população paulista?”, questiona a direção do Sindicato, ao lembrar que situações como essa já foram alvo de denúncia do Sintaema e pelo visto a Sabesp segue sem se importar com os que já morreram pela irresponsabilidade das empreitaras contratadas pela empresa ou os que correm o mesmo risco.
O Sintaema repudia com veemência esse episódio e cobra imediatamente da Sabesp e do Consórcio: a apuração rigorosa dos fatos; a responsabilização dos gestores da operação; e medidas urgentes para garantir a segurança dos trabalhadores — sejam eles da casa ou terceirizados.
O Sintaema ressalta que a terceirização precariza, mata e abandona! E frente a isso seguirá firme contra o descaso da Sabesp. Vamos acionar os órgãos competentes e seguiremos vigilantes!
Sintaema na luta pela vida, pela dignidade no trabalho e pelo saneamento de qualidade!
