Vanessa Portugal e Firminia Rodrigues, de Belo Horizonte.

 Quatro mil trabalhadores terceirizados da educação municipal de Belo Horizonte (MG), foram às ruas nesta quarta-feira, dia 12 de fevereiro. São profissionais contratados pela MGS (Minas Gerais Administração e Serviços S.A.)
e pelos Caixas Escolares, e que possuem funções que são indispensáveis ao funcionamento da escola e à educação, como porteiros, faxineiras, acompanhantes de crianças com deficiência, cantineiras, trabalhadores da Escola Integrada e outras. A mobilização em cada escola, pela campanha salarial, organizada junto ao Sind-REDE (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte), filiado à CSP-Conlutas, levou a uma paralisação e a uma assembleia histórica da categoria.

O governo Fuad/Damião, junto à MGS, não garantem condições de trabalho e nem salários justos. A sobrecarga de trabalho, assédios morais e o descaso com a educação são a marca registrada contra os trabalhadores e trabalhadoras terceirizados da educação.  A reivindicação de 10% de aumento mais a inflação foi negada pelos patrões, que propuseram um aumento de 7%. Junto a isso, as exigências de equiparação salarial, fim da escala 6×1 e redução de jornada sem redução de salário não foram respondidas pela Prefeitura e MGS.

Essas condições levaram a categoria a decretar greve a partir do próximo dia 24 de fevereiro. Com uma das maiores mobilizações da categoria, os trabalhadores e trabalhadoras mostraram nas ruas a insatisfação com a resposta dada pelo governo Fuad/Damião em relação às suas pautas.

Em um processo de precarização da educação e da superexploração dos trabalhadores, a luta dos trabalhadores terceirizados em educação da rede municipal de Belo Horizonte mostra o caminho: a luta nas ruas.

Fotos Sind-REDE/BH

Terceirização do trabalho serve à superexploração

A terceirização do trabalho atende a um fim bem objetivo: transferir dinheiro público para a iniciativa privada  às custas da precarização dos empregos e de salários baixíssimos. Quem garante esse nível de exploração são os governos aliando-se aos bilionários, que, para garantir seus interesses financeiros, pagam o mínimo possível ao trabalhador e impõem condições de trabalho desumanas.

Belo Horizonte é uma cidade que quase dobrou os gastos com a terceirização e privatização de serviços na última década e a educação é alvo dessa política. Nas escolas municipais todos os trabalhadores em educação que não são professores, da secretaria e biblioteca são terceirizados. A conta dessa fatura poderia ser investimento no serviço público, com valorização dos profissionais e não para empresas que terceirizam a educação desviar para outros fins. .

Acabar com a terceirização com garantia de emprego para os atuais trabalhadores é uma das pautas de valorização dos trabalhadores e do serviço público.

Não acabou, tem que acabar, com a 6×1 não dá nem pra descansar!

Uma das principais lutas na mobilização dos trabalhadores terceirizados em educação é a redução da jornada de trabalho sem redução de salário.

Reduzir a jornada de trabalho significa garantir mais empregos, melhorar a qualidade de vida para que as pessoas possam ter um momento com suas famílias, de lazer e descanso.

Enquanto o governo Lula e os governos municipais como Fuad/Damião estão aliados com empresários que garantem seus lucros contratando pessoas que trabalham horas a fio, mal tiram folga e recebem um salário baixíssimo, os trabalhadores estão nas ruas mostrando sua força por melhores condições de vida e de trabalho.

É preciso ir às ruas pelo fim dessa escala desumana, exigir um programa dos trabalhadores contra a superexploração, que proíba imediatamente a escala 6×1, garanta a redução da jornada sem redução de salário e de direitos. Mas é preciso ir além, lutar contra o sistema capitalista que nos explora em favor do lucro dos mais ricos.

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Last Update: 13/02/2025