A sessão do Senado que contou com uma encenação e com a exibição de imagens reais de abortos na última segunda-feira 17 teve crianças na audiência.
Responsável pela sessão, Eduardo Girão (Novo-CE) agradeceu aos “alunos do 5º ano do ensino fundamental do Centro de Ensino Fundamental 01 do Varjão, em Brasília”. Minutos depois, começou uma dramatização do aborto pela “contadora de histórias” Nyedja Gennari.
Posteriormente, participou da sessão Raphael Câmara, ex-secretário de Atenção à Saúde Primária do governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele exibiu desenhos, ultrassons e imagens de procedimentos reais.
A audiência serviu para defender o projeto de lei que equipara ao crime de homicídio o aborto acima de 22 semanas de gestação em casos de estupro. Na semana passada, a partir de uma manobra do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), os deputados aprovaram a tramitação da proposta em regime de urgência. Com isso, ela poderia ir direto ao plenário, sem passar por comissões.
Após uma ampla reação popular contra o PL, no entanto, Lira pisou no freio e anunciou, na última terça 18, a criação de uma “comissão representativa” para debater o tema no segundo semestre. Ou seja, ele não descartou o projeto, mas atrasou a tramitação.