A manutenção da taxa básica de juros (Selic) apresenta um panorama desafiador para os pequenos negócios brasileiros.
De acordo com um estudo, a taxa de juros em empréstimo para um microempreendedor individual (MEI) é mais que quatro vezes maior que a Selic (10,5%) e pode chegar a 51% ao ano na região Nordeste.
A taxa média para os microempreendedores individuais está atualmente em 44,04%. Já para as microempresas, a média atual é de 42,49% e para as empresas de pequeno porte (EPP) fica em 31,54%.
A situação é crítica em todas as regiões, com a região Nordeste tendo a taxa mais alta, em torno de 51% ao ano.
O programa Acredita Brasil deve mudar esse cenário, com cerca de 20 mil operações realizadas de janeiro a maio de 2024, o que representa 2,5 vezes mais do que no mesmo período em 2023.
Os dados reforçam o levantamento feito pela Paramis Capital, de que a manutenção da Selic terá um custo bilionário para as companhias e deve afetar investimentos de longo prazo.
Segundo a pesquisa, o custo financeiro para as empresas será de pouco mais de R$ 78 bilhões ao ano, muito maior do que se a taxa fechasse em 9%, como era estimado em janeiro.
O Brasil tem a segunda maior taxa de juro real do mundo, atrás apenas da Rússia.
Alternativa
O Sebrae tem atuado para ampliar o acesso das micro e pequenas empresas ao crédito por meio do programa Acredita.
Foram realizadas cerca de 20 mil operações, de janeiro a maio, com recursos do Fundo de Aval para Micro e Pequena Empresa (Fampe), gerenciado pelo Sebrae.
São 29 instituições bancárias aptas a ofertar os recursos que foram possibilitados com o aporte de R$ 2 bilhões do Sebrae e que vai viabilizar R$ 30 bilhões em crédito nos próximos três anos.
O coordenador do Sebrae recomenda que os empreendedores tenham acesso a informações de qualidade sobre o mercado para avaliar corretamente a situação financeira de seus negócios e conhecer as linhas de crédito disponíveis.