A taxa média de juros do cartão de crédito rotativo para as famílias aumentou 7,1 pontos percentuais, passando de 422,4% ao ano em maio para 429,5% ao ano em junho de 2023, informou o Banco Central nesta sexta-feira, 26. Embora o aumento mensal, os juros dessa modalidade caíram 6,3 pontos percentuais em 12 meses.
O crédito rotativo é usado quando o consumidor paga menos que o valor total da fatura do cartão, incorrendo em juros sobre o saldo não pago. Essa modalidade apresenta as taxas mais altas do mercado. Em janeiro, uma nova lei limitou os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, mas essa regra não afetou os contratos já existentes.
Declínio nos Juros do Cartão Parcelado
Após os 30 dias do crédito rotativo, a dívida é parcelada pelas instituições financeiras. No caso do cartão parcelado, os juros caíram 5,4 pontos percentuais no mês e 15,6 pontos percentuais em 12 meses, ficando em 180,5% ao ano.
Em junho, houve uma queda de 6 pontos percentuais nas operações de crédito pessoal não consignado, que alcançaram 87,8% ao ano. Por outro lado, o cheque especial teve um aumento de 3,1 pontos percentuais, atingindo 135% ao ano.
Juros Médios no Crédito Livre
A taxa média de juros no crédito com recursos livres para pessoas físicas caiu 0,7 ponto percentual no mês, atingindo 51,7% ao ano, e registrou um recuo de 7,4 pontos percentuais em 12 meses.
Para as empresas, a taxa média alcançou 20,9% ao ano, com um aumento mensal de 0,3 ponto percentual e uma queda de 1,9 ponto percentual em 12 meses.
Esses resultados foram influenciados pelas altas nas taxas de cheque especial (14,1 pontos percentuais), capital de giro com prazo superior a 365 dias (1,7 ponto percentual) e cartão de crédito parcelado (13,2 pontos percentuais).
Em contrapartida, houve uma queda de 18,6 pontos percentuais no cartão de crédito rotativo e de 0,6 ponto percentual em desconto de duplicatas e recebíveis.
Crédito Direcionado e Selic
No crédito direcionado, onde as taxas são definidas pelo governo, a taxa média para pessoas físicas ficou em 10,1% ao ano em junho, com um aumento de 0,2 ponto percentual no mês e um recuo de 1,6 ponto percentual em 12 meses.
Para as empresas, a taxa subiu 0,6 ponto percentual no mês e 0,5 ponto percentual em 12 meses, atingindo 12,4% ao ano. No total, a taxa média do crédito direcionado ficou em 10,6% ao ano em junho, com um acréscimo de 0,2 ponto percentual no mês e uma queda de 1,1 ponto percentual em 12 meses.
A taxa básica de juros da economia, a Selic, foi reduzida várias vezes devido ao controle da inflação. No entanto, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa em 10,5% ao ano na última reunião, interrompendo os cortes devido à alta do dólar e às incertezas econômicas.
Volume de Operações de Crédito
Em junho, o volume de operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) alcançou R$ 585,9 bilhões, um aumento de 2,4% no mês e de 9,3% em 12 meses. O estoque total de empréstimos dos bancos foi de R$ 6,018 trilhões, com um crescimento de 1,2% em relação a maio e de 9,9% em 12 meses.
O crédito ampliado ao setor não financeiro, que inclui empresas, famílias e governos, alcançou R$ 17,410 trilhões, com uma alta de 2,2% no mês e de 13,6% em 12 meses. Este aumento foi impulsionado pelo crescimento de 5% no saldo de empréstimos externos, de 1,7% em títulos públicos de dívida e de 1,1% nos empréstimos do SFN.