Como previsto pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica de Juros (Selic) no patamar de 11,25% ao ano. A decisão foi por unanimidade do Comitê.
“Temos feito apelos constantes para que a taxa de juros seja reduzida. É necessário que os juros diminuam. Todos os índices econômicos estão positivos. Essa manutenção pela segunda vez é um contraste com todos os outros resultados positivos que o governo apresenta. O país está no rumo certo. A inflação está controlada, a renda aumentou e a qualidade de vida melhorou, mas os juros continuam altos”, afirma o presidente do Sebrae, Décio Lima.
De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom havia elevado a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário que teve início em meio à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 14,25% ao ano por sete vezes seguidas. Com o controle dos preços, o BC passou a realizar os cortes na Selic, interrompidos pela segunda vez.
Para o presidente do Sebrae, não há qualquer explicação lógica para o fato da taxa de juros ainda estar acima dos dois dígitos, quando temos uma meta de inflação de 3%.
Ele avalia que já passou da hora de o país mudar essa política de juros. “A manutenção da Selic nessas bases prejudica não só o governo, que tenta recuperar a economia. Ao manter elevados os juros da dívida pública, o BC atinge também os consumidores e as empresas, principalmente os micro e pequenos negócios, porque o crédito fica mais caro”, acrescenta.