Em entrevista ao Bom Dia, Ministro, titular do Trabalho detalhou como o Plano Brasil Soberano irá garantir que a expansão da atividade laboral no país não seja afetada pela guerra comercial
Em um cenário global de tensões comerciais, o governo Lula reafirma seu compromisso com a defesa do emprego e da soberania nacional. Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, do Canal Gov da EBC, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, garantiu que o Brasil está preparado para enfrentar os impactos das tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos, graças a um mercado de trabalho robusto e ações estratégicas contidas no Plano Brasil Soberano.
“O mercado de trabalho brasileiro está adequado e nós vamos dar conta desse recado. Vamos fazer o necessário socorros às empresas, a partir da Medida Provisória, a partir da legislação vigente. Eu creio que nós vamos sair tranquilamente, sem maiores problemas”, assegurou o ministro.
Lançado em 13 de agosto, o Plano Brasil Soberano é uma Medida Provisória que prevê um investimento de R$ 30 bilhões para mitigar os prejuízos de exportadores afetados pelas novas tarifas norte-americanas. O plano engloba linhas de crédito, prorrogação de regimes aduaneiros, compras públicas e incentivos fiscais, visando proteger a produção nacional e os postos de trabalho.
Marinho observou que é preciso absorver a produção internamente. “Tem as medidas olhando para os produtores alimentícios, as frutas, enfim, todo esse processo de substituição para a gente buscar incorporar no mercado interno”, explicou. “A partir da Medida Provisória desejamos que os municípios, estados e a própria União possam assimilar e comprar esses alimentos, seja para os hospitais, para a merenda escolar, para os presídios, a quantidade de possibilidades que você tem para substituir.”
O ministro falou sobre o momento econômico favorável, com a taxa de desocupação atingindo 5,8% entre abril e junho, a menor da série histórica iniciada em 2012, e a criação de 4,4 milhões de empregos com carteira assinada nos últimos dois anos e meio. Essa recuperação, combinada à política de valorização do salário mínimo e à isenção do Imposto de Renda para rendimentos até dois salários mínimos, visa fortalecer o poder de consumo da classe trabalhadora, segundo Marinho.
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Aumento da renda dos trabalhadores
“De forma que nós estamos criando, como o presidente Lula gosta de chamar, um país de classe média”, defendeu o ministro. “Nós queremos aquela pessoa que hoje ganha pouco, passe a ganhar mais. E é isso que o mercado do trabalho brasileiro tem demonstrado. Nós não temos somente aumentado o número de empregos, nós temos aumentado a renda dos trabalhadores. O crescimento dos salários, da massa salarial, tem tido crescimentos reais”.
“E é nisso que nós devemos apostar, para ter uma classe trabalhadora que tenha capacidade de consumo e nesse consumo da sustentabilidade da economia crescente do país. E dessa forma, nós vamos nos tornando mais competitivos no mercado internacional. Então, isso é que nós precisamos olhar.”
Jovem Aprendiz
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Apesar de um estudo do BNDES estimar o fechamento de até 320 mil postos de trabalho no pior cenário devido às tarifas, o ministro minimizou o impacto geral, lembrando que esse número representa uma pequena parcela dos 48 milhões de empregos existentes. “Para um mercado, um estoque de 48 milhões (de empregos), convenhamos que não seria o desastre total,” ponderou. Ele garantiu que o governo está agindo para evitar problemas no mercado de trabalho e que vagas eventualmente fechadas podem ser absorvidas pela demanda existente, inclusive com iniciativas para capacitação de mão de obra.
Marinho celebrou ainda a diminuição da dependência da economia brasileira em relação aos EUA, que passou de 25% para 12% em período recente, e a estratégia de abertura de 400 novos mercados para produtos brasileiros nos últimos dois anos e meio. “E nós temos, sim, a satisfação de olhar que a dependência da economia brasileira com a economia americana já foi maior no passado do que é hoje. Hoje ela é menor, já foi 25% no período recente, hoje é 12%, e seguramente quando saímos disso vão ser menos que 12%. E vamos ampliar outros mercados”, concluiu o ministro, reforçando a aposta do governo na diversificação e na soberania econômica.
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Da Redação da Agência PT