Os efeitos na economia no novo mandato de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos já começaram.
Na manhã desta segunda-feira (03), a S&P registrou uma queda de 1,5%, a Dow Jones recuou 1,29%, a Nasdaq, 1,81% e o índice europeu estava negativo em 1,40%.
Esses números afetam diretamente as ações das empresas, principalmente as do ramo automobilístico, devido ao fato de que a maior parte dos carros comercializados nos Estados Unidos tem origem ou são montados no México ou no Canadá.
Até mesmo a Tesla sentirá impacto, já que a empresa do atual secretário do governo de Trump, Elon Musk, mesmo tendo a montagem realizada dentro do país, usa peças da China ou Canadá.
Essa onda do “tarifaço” é uma medida que vinha sendo prometida desde a campanha do presidente e chegou a ser desacreditada entre o mercado. Porém, já foi confirmada e a partir da próxima terça-feira (04), as taxas sobre as importações vindas do Canadá, México e China entrarão em vigor.
25% sobre os produtos do México e Canadá e 10% sobre os produtos chineses, mesmo que Trump tenha prometido impor até 60% contra a China.
De acordo com a jornalista Miriam Leitão, do portal O Globo, uma ameaça de guerra comercial pode acontecer, e um dos principais efeitos para isso é a valorização do dólar. E segundo analistas, a moeda poderá subir ainda nesta segunda. Tendo isso em vista, até a economia brasileira será afetada em meio a batalha contra a inflação.
Qual a resposta dos outros países sobre o “tarifaço”?
Já foi anunciado que os países afetados darão uma resposta e pretendem agir de alguma forma.
O Canadá informou que irá retaliar os impostos. O México, por sua vez, anunciou um posicionamento mais contido: Claudia Sheinbaum, presidente do país, disse que pretende conversar com o governo americano. Enquanto a China anunciou “contramedidas correspondentes”, mas não esclareceu qual será a medida.
Mas os três alvos possuem uma coisa em comum: ambos irão recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Mesmo que o Brasil não esteja na lista de principais alvos deste decreto, o governo brasileiro não anula o risco de também sermos atingidos, já que anteriormente Trump havia citado diversas vezes que as tarifas impostas pelo Brasil são muito altas.
Além de que, é nítido que, indiretamente, a desaceleração do crescimento mundial respingará no Brasil.
Isso se dá ao fato de o Fed (banco central americano) ter encerrado o ciclo de queda de juros, montando um novo cenário em que os juros de todo o mundo serão elevados, devido à alta na taxa americana.