Os presidentes Lula e XI Jinping. Foto: TINGSHU WANG/AFP

As tarifas impostas por Donald Trump sobre produtos brasileiros estão acelerando o fortalecimento das relações comerciais entre Brasil e China. Desde 2009, os chineses são os principais parceiros comerciais do Brasil, relação que agora ganha novo impulso, especialmente no setor automobilístico, com importações bilionárias e a instalação de fábricas chinesas no país. Esse movimento ocorre paralelamente ao esvaziamento do interesse dos EUA pela América Latina. Com informações do g1.

Em 2023, o Brasil importou US$ 1 bilhão em carros chineses e, no ano seguinte, US$ 3 bilhões. Só no primeiro semestre de 2025, as compras já somam mais de US$ 2 bilhões. Além disso, montadoras chinesas estão ocupando instalações antes dominadas por fabricantes ocidentais, como na Bahia e em São Paulo, onde novas linhas de produção são inauguradas para atender ao Brasil e à América Latina.

O avanço da China no Brasil não se limita ao setor automotivo. Investimentos em energia limpa, mobilidade e tecnologia já superaram os volumes americanos na última década. Segundo o Conselho Empresarial Brasil-China, essa aproximação é natural diante da busca chinesa por insumos agrícolas, minerais e energéticos abundantes na região.

Donald Trump, presidente dos EUA. Foto: Reprodução

Especialistas em relações internacionais apontam que o desinteresse dos EUA pela América Latina abriu espaço para a China. O professor Alexandre Uehara, da ESPM, destaca que, mesmo com as tarifas, o Brasil não deve se afastar de Washington, mantendo diálogo para resolver tensões. Ele afirma que economicamente é estratégico manter relações abertas com ambos os gigantes.

O governo Lula também reage. Após o tarifaço e ameaças de Trump, o Planalto lançou a campanha “Brasil Soberano”, destacando a independência nacional e reforçando o discurso de autonomia frente às potências. A campanha deve circular inicialmente na internet e depois em rádio e TV.

Enquanto isso, especialistas avaliam que as tarifas americanas podem desencadear o redirecionamento das exportações brasileiras para outros mercados. Entretanto, desafios setoriais e exigências específicas dificultam uma transição rápida, o que reforça a importância de fortalecer a parceria econômica e diplomática com a China.

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Last Update: 13/07/2025