
Conhecidas como “tarifaço”, as tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foram restabelecidas nesta quinta-feira (29), menos de 24 horas após serem suspensas por decisão judicial.
A medida, que afeta mais de 180 países, incluindo parceiros comerciais dos EUA e até territórios desabitados como as Ilhas Heard e McDonald, voltou a vigorar após a Corte de Apelações reverter uma decisão do Tribunal de Comércio Internacional que considerava as tarifas ilegais por “excesso de autoridade”.
Em abril, Trump anunciou um pacote de tarifas supostamente recíprocas justificando a necessidade de “proteger os interesses norte-americanos”. A medida inicialmente previa taxações contra nações que retaliaram os EUA, mas depois foi flexibilizada, reduzindo as alíquotas para 10% e suspendendo cobranças de países que não adotaram medidas retaliatórias, em um acordo com validade de 90 dias.
A suspensão temporária ocorrida na quarta-feira (28) chegou a beneficiar principais parceiros comerciais como China, México e Canadá, além de anular as taxas do controverso pacote do “Dia da Libertação”.
Porém, a rápida ação da equipe jurídica de Trump junto à Corte de Apelações restabeleceu o regime tarifário em menos de um dia.

Impacto econômico
O retorno das tarifas coincide com dados preocupantes da economia estadunidense. O Departamento de Comércio revisou para -0,2% a queda do PIB no primeiro trimestre de 2025 (período que marca o início do governo Trump), melhorando ligeiramente a estimativa anterior de -0,3%, mas ainda abaixo das expectativas de crescimento de 0,2% projetadas pelo mercado.
O desempenho negativo reflete principalmente o aumento nas importações, parcialmente compensado por crescimento em investimentos (3,4%), gastos do consumidor e exportações.
Analistas alertam que o protecionismo comercial de Trump pode agravar a desaceleração econômica, criando tensões tanto no cenário doméstico quanto nas relações internacionais.