Dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC) mostram que a tarifa adicional de 50% anunciada incidirá sobre 35,9% das exportações brasileiras para os Estados Unidos, o que correspondeu a US$14,5 bilhões em 2024.
Além disso, 19,5% das exportações brasileiras para os EUA estão sujeitas a tarifas específicas, aplicadas a todos os países, correspondendo em 2024 a US$ 7,9 bilhões.
Em linhas gerais, a maior parte das exportações brasileiras (64,1%) segue disputando mercado nos Estados Unidos com produtos de outras origens e condições semelhantes.
Segundo o MDIC, essas tarifas foram adotadas com base em segurança nacional (Seção 232) e, sobre esses produtos, não se aplica a medida anunciada ontem. No caso de autopeças, por exemplo, a alíquota é de 25%, aplicável a todas as origens.
Cerca de 44,6% das exportações brasileiras para os EUA estão fora da tarifa adicional de 50% imposta pelo governo norte-americano, que também divulgou uma lista com cerca de 700 produtos que ficaram de fora da medida, entre eles aviões, celulose, suco de laranja, petróleo e minério de ferro.
Exportação brasileira aos EUA em 2024
Categoria | Valor (US$ bilhões) | Participação (%) |
Total | 40,4 | 100% |
Produtos sujeitos à ordem executiva de 30/07 (tarifa adicional de 10% + 40%) | 14,5 | 35,9% |
Produtos excluídos expressamente da ordem executiva de 30/07 (tarifa adicional de até 10%) | 18,0 | 44,6% |
Produtos sujeitos a tarifas específicas, aplicadas a todos os países (Seção 232) Aplicam-se as tarifas de 25% para autopeças, automóveis; 50% para aço, alumínio e cobre |
7,9 | 19,5% |
Obs.: Os dados são aproximados, seja em razão do uso do produto, seja porque a lista detalhada de certos produtos ainda não foi divulgada
Confira tabela elaborada pelo MDIC com a distribuição, conforme regime tributário, dos 30 principais produtos exportados pelo Brasil aos Estados Unidos.