Escavadeiras avançam, transformando em escombros habitações de uma população pobre profundamente oprimida, que vive em guetos. Servindo de escolta, homens fortemente armados garantem a operação, diante de uma população desarmada. Essa poderia ser a descrição de mais um dia do genocídio palestino, mas não: estamos falando da cidade de São Paulo, a maior e mais rica cidade do Brasil.
Estamos falando da política de inspiração sionista que está sendo tocada adiante pelo governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes na Favela do Moinho. As imagens, que causaram um escândalo nas redes sociais, chamam atenção pela política criminosa e higienista e foram denunciadas em portais como o Brasil 247.
Sob o disfarce de ‘revitalização da área’, Nunes e Tarcísio praticam uma espécie de ‘limpeza étnica’ da pobreza. No entanto, o terreno em questão pertence ao governo federal, que informou ao governo paulista que o processo de cessão da área para o governo Tarcísio seria interrompido.
Apesar disto, a ação do governo Lula não surgiu nenhum efeito e não impediu que tanto a prefeitura quanto o governo estadual implementassem essa política criminosa. Um fato que corrobora a análise feita pelo PCO sobre o governo Lula, um governo fraco, emparedado tanto pela direita bolsonarista quanto a tradicional.
Os vídeos não mentem: bomba de efeito moral, cassetetes, botinas no peito de quem ousa resistir. A PM, organização que impõe o terror sobre a população brasileira há décadas, age como capataz do governo paulista. Impõe a remoção à força, o despejo em massa e expulsam a população pobre para os confins da cidade. Enquanto o governador Tarcísio anuncia “parques” e “revitalização” e procura se posicionar como um elemento razoável, uma direita ’não-bolsonarista’, a PM faz o seu serviço sujo e desmascara toda a farsa: Tarcísio é um bolsonarista ‘raiz’, ainda mais criminoso que o próprio Bolsonaro, dada a sua capacidade de fazer maldades com o apoio dos grandes capitalistas e da grande imprensa brasileira.
A Mentira da “Risco Estrutural”
A Secretaria de Habitação alega que as demolições são para “eliminar riscos”. Uma mentira grotesca. Se houvesse risco, o Estado não esperaria décadas para agir — agiu agora porque o terreno, valorizado, interessa ao mercado imobiliário. E quando 80% dos moradores “aceitam” a remoção, é porque já tiveram suas casas destruídas e não têm para onde voltar.
A Farsa do “Fim da Cracolândia”
Enquanto o Moinho é arrasado, Nunes e Tarcísio comemoram o “fim da Cracolândia”. Só não contam que os usuários de drogas não desapareceram — foram espalhados a cacetadas, empurrados para outras ruas, longe dos olhos da pequena-burguesia.
Desmontar a Máquina de Matar, pelo fim da PM
Este caso corrobora a necessidade urgente de dissolver a PM e extinguir essa polícia de extermínio. A solução não é uma ‘reforma’ ou uma ‘desmilitarização’ — é a dissolução. É preciso mobilizar em torno da formação de milícias operárias organizadas em bairros e locais de trabalho, a única solução verdadeira para os problemas de segurança no Brasil.