
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se reuniu na manhã desta terça-feira (10) com coronéis da Polícia Militar na sede do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), no centro da capital paulista. A reunião ocorre em meio à crise na segurança pública do estado, agravada por sucessivos casos de violência policial flagrados em vídeo.
No encontro, o bolsonarista e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), trataram de temas sensíveis, como o uso das câmeras corporais pelos agentes. A questão tem gerado divergências, especialmente após o governo paulista propor um novo modelo de câmeras que precisam ser acionadas manualmente pelos policiais, em contraste com o sistema anterior, que gravava de forma contínua.
O Supremo Tribunal Federal (STF) pressiona pela manutenção do modelo antigo, enquanto o governador defende a eficiência da nova tecnologia. Na segunda-feira (9), por exemplo, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, determinou o uso obrigatório de câmeras corporais por policiais de São Paulo.

A crise trouxe questionamentos sobre a permanência de Derrite à frente da Secretaria da Segurança Pública (SSP). Segundo a Folha, fontes da Polícia Militar indicam que, pela primeira vez desde que assumiu o cargo, o secretário corre risco real de ser substituído. A eventual troca de comando da PM, cogitada nos bastidores, é vista como insuficiente para conter os danos à imagem do governo.
Desde o início da crise, Tarcísio tem reiterado sua confiança em Derrite, ao mesmo tempo em que admitiu erros no trato com a questão das câmeras corporais. “Eu admito, estava errado. Eu me enganei, e não tem nenhum problema eu chegar aqui e dizer para vocês que eu me enganei, que estava errado, que tinha uma visão equivocada sobre a importância das câmeras”, afirmou o governador em um evento recente.
Desde o início do ano, a gestão Tarcísio exonerou 34 coronéis de um total de 63. Essas trocas, que incluíram a saída do então número 2 da corporação, coronel José Alexander de Albuquerque Freixo, foram interpretadas como um endurecimento na política de segurança.
Os cargos de maior relevância passaram a ser ocupados por coronéis com experiência na Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), conhecida por sua atuação mais letal. No entanto, a forma como as mudanças foram conduzidas, com muitos oficiais sendo informados pelo Diário Oficial, causou insatisfação entre os coronéis, que consideraram o gesto desrespeitoso.
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