Tarcísio desobedece Bolsonaro, que teme perder o controle sobre seu discípulo

Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas têm relação estremecida. Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está insatisfeito com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), após as consecutivas recusas dos convites para migrar para o Partido Liberal, segundo Bela Megale, do jornal O Globo.

A negativa de Tarcísio em deixar o Republicanos ocorreu mesmo sob pressão de Bolsonaro, que queria fortalecer sua legenda antes de uma possível condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, chegou a anunciar publicamente em 2024 que Tarcísio se filiaria ao partido, mas o governador manteve sua posição. Sempre que foi perguntado publicamente sobre o tema, Tarcísio disse que ficaria no Republicanos, destacam fontes próximas ao político. A resistência de Tarcísio é vista como uma tentativa de evitar maior controle de Bolsonaro sobre sua carreira.

Destino de Tarcísio em 2026

Enquanto aliados como o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o secretário Gilberto Kassab (PSD) articulam movimentos para 2026, Tarcísio deixou claro em reuniões com seu secretariado que busca a reeleição em São Paulo, um passo mais seguro, e não uma candidatura presidencial.

O governador demonstrou desconforto com as movimentações de Nunes e Kassab, que, segundo assessores, estariam “inflando” suas bases políticas em detrimento do alinhamento com o Executivo estadual.

A relação com Kassab, em especial, já apresenta desgastes. Em um evento recente com prefeitos, Tarcísio evitou apresentá-lo como interlocutor do governo, sinalizando uma possível ruptura.

Tarcísio prestando continência ao então presidente Bolsoanro, em 2021. Foto: reprodução

Pesquisas motivam Tarcísio a focar em SP

A pesquisa Genial/Quaest, divulgada no início de abril, mostrou que Tarcísio teria apenas 37% dos votos contra 43% de Lula em um eventual segundo turno presidencial. Entre os eleitores de direita, apenas 15% o veem como alternativa sem Bolsonaro, desempenho semelhante ao de Michelle Bolsonaro (PL), com 14%, e do coach Pablo Marçal (PRTB), com 11%.

Aliados do ex-presidente criticam o desempenho do republicano. “Governador com máquina na mão empatado com Michele e Marçal, que tem apenas um [perfil no] Instagram”, disse um interlocutor de Bolsonaro. A avaliação é que Tarcísio precisa melhorar sua comunicação e “fazer política” para si mesmo se quiser crescer nacionalmente.

Diante desse cenário de disputa interna na extrema-direita, Lula segue liderando todas pasquisas. O petista venceria Bolsonaro (44% a 40%), Michelle (44% a 38%) e Eduardo Bolsonaro (45% a 34%). Governadores como Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União-GO) também aparecem em desvantagem.

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