De olho no vazio a ser deixado por Jair Bolsonaro como candidato da extrema direita nas eleições presidenciais – o ex-presidente se encontra inelegível -, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta sexta-feira (30), em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que “jamais” ouviu da parte de Bolsonaro algum plano de golpe para permanecer no poder.

Dessa forma, o governador fez o que era esperado numa demonstração de lealdade ao ex-presidente na pretensão de ser o escolhido pelos bolsonaristas, no caso de uma possível condenação de Bolsonaro, o candidato em 2026.

“Jamais [intenções golpistas]. Nunca. Assim como nunca tinha acontecido no meu período de ministério”, disse o governador. “Nesse período em que estive com o presidente nessa reta final, nas visitas que eu fiz, ele jamais tocou nesse assunto e não mencionou qualquer tipo de ruptura”, afirmou.

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O governador depôs como testemunha de Bolsonaro na ação penal na Primeira Turma do Supremo. O ex-presidente e mais sete aliados são acusados de participarem do chamado “Núcleo Crucial” da suposta organização criminosa.

Nessa primeira oitiva das testemunhas indicadas por Bolsonaro, o relator da ação penal, ministro Alexandre de Moraes e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, não fizeram perguntas.

Após o depoimento do governador, foram ouvidos o senador Ciro Nogueira (PP/PI), ex-ministro da Casa Civil, o senador Esperidião Amin (PP/SC), o deputado distrital João Hermeto e a secretária de Desenvolvimento Social do Distrito Federal, Ana Paula Marra.

Essa fase de oitiva de testemunhas termina na segunda-feira (2) e envolve apenas os réus do chamado Núcleo Crucial.

Além do ex-presidente, estão entre os acusados Anderson Torres (ex-ministro da Justiça); Alexandre Ramagem, (ex-diretor da Abin); Augusto Heleno, (ex-ministro do GSI); Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa); Walter Braga Netto (ex-chefe da Casa Civil); Mauro Cid (ex-ajudante de ordens) e Almir Garnier (ex-comandante da Marinha).

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Last Update: 30/05/2025