O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, nunca escondeu sua admiração por Donald Trump – fez questão de visitá-lo nos Estados Unidos, colocar boné da campanha, posar para fotos e declarar apoio ao norte-americano, como se governasse um estado estrangeiro e não o mais populoso e produtivo do Brasil. Agora a conta dessa aliança irresponsável e ideológica está chegando e adivinhem quem vai pagar? O povo brasileiro, paulistas inclusive!
Com o recente anúncio das tarifas de 50% impostas por Trump sobre os produtos brasileiros, a ameaça à economia do estado é real e imediata. São Paulo é responsável por uma fatia significativa das exportações nacionais e se os EUA, um dos principais destinos desses produtos, fecharem as portas, produtores paulistas enfrentarão uma crise sem precedentes: alimentos, commodities, insumos — tudo ficará mais difícil de vender, mais caro de produzir e menos competitivo no mercado global.
Diante da bomba econômica apoiada por Tarcísio, seria lógica a defesa do meio ambiente e das credenciais verdes do Brasil, para garantir acesso a mercados mais exigentes como na Europa e na Ásia. Mas não. O governador de São Paulo integra o grupo dos políticos que caminha no sentido oposto, apoiando o famigerado projeto de lei 2159/21, conhecido como PL da Devastação. O projeto põe fim ao licenciamento ambiental no Brasil, com graves consequências para o meio ambiente e a vida, além de fragilizar ainda mais a imagem do país no exterior.
As consequências? Queimadas, poluição, desmatamento, aquecimento global, propagação de doenças, perda de certificações, embargos comerciais e mais miséria no campo. O governador está jogando contra o próprio povo que o elegeu. Ao se alinhar a Trump e a parcela podre do agronegócio, Tarcísio de Freitas coloca os interesses de grandes empresários e de potências estrangeiras acima do bem-estar dos trabalhadores, dos pequenos, médios e grandes produtores e de praticamente toda a população paulista.
É preciso reagir, rejeitando Tarcísio e dando um basta nessa política submissa e destrutiva. Além de Tarcísio, é preciso lutar também contra tudo aquilo que ele representa, como o PL da Devastação, para defender o futuro de São Paulo e do Brasil. A escolha é nossa: ou seguimos com um governo que entrega nossa soberania e destrói nossas florestas e nossas condições de vida, ou nos unimos para garantir dignidade, emprego e um país sustentável.
Nilto Tatto é deputado federal (PT-SP)
