Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas em pé, lado a lado, sérios, o primeiro com a mão no peito
Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas – Divulgação

A condenação de Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão alterou os cálculos políticos da direita em relação a Tarcísio de Freitas (Republicanos). Antes do julgamento, aliados pressionavam o governador paulista a disputar a Presidência em 2026, sob o argumento de que seria a última chance de suceder Lula com o apoio do ex-presidente. Agora, com a inelegibilidade de Bolsonaro estendida para além de 2030, esse caráter de urgência deixou de existir.

Bolsonaro já estava inelegível até 2030 por decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas a condenação no STF amplia esse prazo. Mesmo em um cenário de anistia e mudanças na Lei da Ficha Limpa, ele só poderia tentar se candidatar em 2034. No quadro atual, a restrição seria válida até 2062, após o cumprimento da pena. Esse fator tira pressão sobre Tarcísio, que pode buscar a reeleição em São Paulo em 2026 e adiar seu projeto nacional.

Lideranças do Centrão e de partidos de direita avaliam que o governador não precisa se arriscar em um embate direto contra Lula, que deve concorrer à reeleição. Para esses dirigentes, a melhor estratégia seria consolidar Tarcísio no comando paulista e preservar seu capital político para 2030, quando Bolsonaro seguirá fora do jogo eleitoral e a direita precisará de um nome competitivo.

Tarcísio de Freitas de roupa de frio azul, sério, segurando microfone
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo – Reprodução

A composição do grupo condenado pelo STF inclui nomes centrais da trama golpista, como Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e o próprio Bolsonaro. As penas variaram de dois a 27 anos, dependendo do grau de envolvimento. A decisão também suspendeu os direitos políticos de sete dos oito réus por oito anos após o cumprimento das penas.

Aliados de Tarcísio apontam ainda que o Partido dos Trabalhadores não tem nomes fortes para suceder Lula, o que abriria espaço para uma candidatura de centro-direita em 2030. A leitura é de que, com o PT fragilizado e a esquerda sem um sucessor natural, Tarcísio poderia disputar em condições mais favoráveis daqui a cinco anos.

Assim, a prisão e a inelegibilidade de Bolsonaro, que antes impulsionavam a antecipação da candidatura de Tarcísio, agora funcionam como justificativa para postergar sua entrada na corrida presidencial. O governador pode se concentrar na reeleição em São Paulo em 2026 e preparar terreno para uma candidatura nacional futura. As informações são do Metrópoles.

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Last Update: 14/09/2025