
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), será uma das testemunhas no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado no Brasil.
O governador paulista aceitou o convite e, segundo pessoas próximas, afirmou estar “tranquilo” e garantiu que “nunca presenciou qualquer menção” ao tema por parte de Bolsonaro ou de seu círculo, conforme informações da colunista Raquel Landim, do UOL.
Tarcísio deixou o Ministério da Infraestrutura em março de 2022 para disputar o governo paulista, mas esteve com Bolsonaro em duas ocasiões após a derrota do ex-presidente para Lula (PT). Ele visitou Bolsonaro no Palácio da Alvorada nos dias 19 de novembro e 6 de dezembro de 2022, período em que buscava conselhos após sua vitória eleitoral.
O governador sabia que Bolsonaro estava deprimido com a derrota e enfrentando um quadro de erisipela, uma infecção na pele. De acordo com aliados, a intenção era demonstrar apoio ao amigo e tentar animá-lo. Pessoas que presenciaram os encontros afirmam que foi uma das raras vezes em que Bolsonaro esboçou um sorriso naquele período.
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As testemunhas convocadas
Aliados de Bolsonaro dizem que a convocação de Tarcísio de Freitas e do senador Ciro Nogueira tem o objetivo de trazer figuras com credibilidade para depor a favor do ex-presidente. Além dos dois, a defesa de Bolsonaro indicou o ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), o ex-ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho (PL-RN) e o deputado federal e general Eduardo Pazuello (PL-RJ).
Também foram chamados os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, general Marco Antônio Freire Gomes e brigadeiro Carlos de Almeida Batista Júnior, que, segundo a investigação, se opuseram ao plano golpista articulado pelo núcleo mais radical do governo Bolsonaro.
Já o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, não foi incluído na lista de testemunhas, pois também foi denunciado por envolvimento na tentativa de golpe. De acordo com a acusação, ele teria colocado suas tropas “à disposição” do ex-presidente.
A defesa de Bolsonaro também indicou o general Júlio César de Arruda, citado na delação do tenente-coronel Mauro Cid como parte de um grupo mais moderado no entorno do ex-capitão. Outro nome citado por Cid foi Gilson Machado, ex-ministro do Turismo e apontado como membro da ala mais radical, que também será testemunha de Bolsonaro.
Completam a lista o coronel Wagner Oliveira da Silva, o ex-subchefe de Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro, o ex-secretário-executivo da Casa Civil Renato Lima França e o advogado Amaury Feres Saad