Nesta segunda-feira (29), a deputada federal Helena Santos (PSB-SP) tentou questionar as eleições venezuelanas e recebeu uma resposta do deputado federal Luís Carlos (PSOL-RJ), que a questionou sobre outras medidas autoritárias aplicadas em países comandados por políticos de direita.
“O que está acontecendo na Venezuela tem nome: fraude eleitoral”, escreveu a candidata à Prefeitura de São Paulo no X, antigo Twitter. Mais cedo, o Conselho Nacional Eleitoral declarou Nicolás Maduro como o vencedor do pleito.
A parlamentar também afirmou que, na Venezuela, houve “intimidação a opositores, manobras para dificultar o voto, observadores internacionais impedidos de atuar e o governo declarando vitória sem divulgar os boletins. Há todos os motivos para crer que o resultado não corresponde ao que o povo venezuelano manifestou nas urnas”.
Glauber Braga logo respondeu, em outro post na plataforma. “Deputada, como está tratando de questões internacionais eu gostaria muito de saber: por que não tem a mesma contundência pra defender o povo Palestino? E quando houve um golpe na Bolívia em 2019, a sua posição foi a mesma da OEA? E o que diz dos presos políticos na Argentina?”, publicou.
Deputada, como está tratando de questões internacionais eu gostaria muito de saber: por que não tem a mesma contundência pra defender o povo Palestino? E quando houve um golpe na Bolívia em 2019, a sua posição foi a mesma da OEA? E o q diz dos presos políticos na Argentina?
— Luís Carlos (@LuísCarlos) July 29, 2024
Além da oposição, inúmeros chefes de Estado estão cobrando explicações de Maduro para que comprove sua vitória à ONG Centro Carter, do ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter.
Diplomatas do Brasil, México e Colômbia estudam emitir uma nota conjunta para endossar o pedido por transparência. Ainda no domingo, um grupo de países latino-americanos de centro-direita e direita, que se opõem a Maduro, criticaram mais duramente seu mandato e também pediram respeito à vontade das urnas e uma contagem de votos imparcial. O grupo é formado por Argentina, Uruguai, Peru, Paraguai, Equador, Panamá e Costa Rica.
“Não é assim! Era um segredo aberto. Eles iam ‘vencer’ independentemente dos resultados reais. O processo até o dia da eleição e a contagem estava claramente com falhas. Não se pode reconhecer um triunfo se você não pode confiar nos formulários e mecanismos usados para alcançá-lo”, afirmou o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, que não assinou a nota com os políticos latino-americanos de direita.