Uma partida válida pela semifinal do campeonato gaúcho de futsal foi suspensa após agressão racista ao goleiro João Paulo, do Atlântico, cometida por um suposto torcedor do Guarany. O jogo entre os times ocorreu em Espumoso, cidade do Guarany, na noite de sábado 30.
A agressão aconteceu durante a prorrogação. O resultado de momento (1 a 1) levava a definição do classificado para a disputa de pênaltis. A partida foi paralisada após João Paulo, que estava no banco de reservas, ter sido chamado de “macaco” por uma pessoa nas arquibancadas do ginásio.
Os jogadores e a comissão técnica do Atlântico se solidarizaram ao companheiro e, após bate-boca, decidiram deixar a quadra. Integrantes da equipe do Atlântico afirmaram que agressões racistas em partidas no ginásio do Guarany não são novidade.
“Esta é a segunda vez que um atleta de nossa equipe se vê ofendido por torcedores do Guarany (antes, em 2023, contra o atleta Kauê). É preciso dar um basta ao racismo. O esporte é para unir as pessoas, e não criar ambientes de discórdia e de ofensas, especialmente graves como o racismo”, afirmou o Atlântico, em nota.
A Liga Gaúcha de Futsal manifestou repúdio ao ato racista e disse que os fatos serão apurados e “medidas cabíveis” serão aplicadas pelo Tribunal de Justiça Desportiva. A entidade não deixou claro se o Guarany pode ser excluído do torneio ou se a partida será retomada.
“Ressaltamos que o racismo é inaceitável e totalmente contrário aos valores que defendemos no esporte. Essa conduta não representa o espírito do futsal nem os princípios que buscamos promover em nossas competições. Nos solidarizamos com o atleta João Paulo e com todos os demais que se sentiram ofendidos durante o ocorrido”, disse a Liga, em nota.
O Guarany também se manifestou em nota, reconhecendo e repudiando “os lamentáveis atos ocorridos no jogo deste sábado, 30”. O clube disse que tenta identificar o responsável pela agressão.