Desde o início do ano, quando foi anunciado um surto de metapneumovírus humano (HMPV) na China, o mundo ficou preocupado com a possibilidade de enfrentar novamente um vírus que, como a Covid-19, causasse uma nova pandemia.
No entanto, o HMPV não representa uma ameaça global. O vírus não é novo: o primeiro caso foi identificado na Holanda, em 2001. Já o aumento de casos no tigre asiático, especialmente entre crianças, se justifica a partir da chegada do inverno no Hemisfério Norte, época em que as infecções respiratórias tendem a aumentar.
“Após a Covid-19, o mundo se vê preocupado com a possibilidade de propagação de novos vírus. No entanto, a situação com o metapneumovírus é completamente diferente. Ele é um velho conhecido dos cientistas. Já o Sars-CoV-2, que causou a pandemia, era uma nova cepa de coronavírus que não havia sido identificada antes em seres humanos”, explica a pesquisadora Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
O vírus já foi, inclusive, identificado no país. “O HMPV é frequentemente detectado no Brasil. Estudos mostram que ele tem causado mais infecções em pacientes jovens, é muito transmissível em aglomerações e sua ocorrência ocorre em ciclos, a depender da susceptibilidade da população. Até o momento, os dados indicam que ele é um vírus estável, com baixa probabilidade de mutação e de gerar pandemia”, continua a pesquisadora.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as infecções respiratórias não são incomuns e, para evitar a transmissão, que ocorre a partir do contato com secreções (tosse, espirro, toques e aperto de mão), a população deve adotar medidas semelhantes às da Covid.
O uso de máscara facial, manter ambientes bem ventilados e higienizar as mãos com frequência estão entre as recomendações para evitar contaminações.
O HPMV pode causar doenças respiratórias, em especial entre crianças pequenas, idosos e pessoas com o sistema imunológico enfraquecido.
Entre os sintomas mais comuns estão a tosse, febre, congestão nasal e falta de ar. Casos mais graves podem progredir para bronquite e pneumonia.
Não há vacina ou tratamento específico para a doença. Os pacientes infectados recebem, apenas, medicamentos para combater os sintomas.
*Com informações da Agência Fiocruz.
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