Enquanto organizavam as joias e combinavam o desvio das peças, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus auxiliares buscaram o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff haviam feito com os presentes em suas gestões anteriores. Um ex-assessor enviou mensagens ao ex-mandatário dizendo o destino dos itens após buscas.
Em uma delas, o ex-assessor diz que a ex-presidente entregou os presentes oficiais ao Tribunal de Contas da União (TCU). “Vi no TCU que a Dilma também entregou alguns presentes. Faltaram 6. Ela recebeu multa, mas não pagou”, escreveu o ex-assessor em mensagem encaminhada por Bolsonaro a auxiliares.
Sobre Lula, o ex-assessor mostrou estar surpreso após buscar o destino de seus presentes: “Capitão, em reserva. Fui atrás dos objetos do Lula. Não sei como ele fez isso. Mas ele devolveu os que ele incorporou ao acervo pessoal e pagou ao TCU pelos objetos que não foram encontrados. Uns 11 mil reais mais ou menos”, escreveu.
Lula e Dilma levaram consigo 551 presentes dados por autoridades estrangeiras entre 2003 e 2016, mas devolveram os bens para o acervo público da União em 2019 após determinação do TCU. Antes de 2016, não havia nenhuma regra sobre esses itens, com exceção de um decreto de 2002 que considerava patrimônio da união somente “entregues em cerimônia oficial de entrega de presentes”.
Após seus dois mandatos, Lula levou 434 presentes e 80 desapareceram após a determinação do TCU para devolvê-los. Somente 11 não foram encontrados e o petista pagou um valor total de R$ 11.749,40, valor ressarcido integralmente, segundo o tribunal.
Dilma, por sua vez, ficou com 117 bens e devolveu quase todos, com exceção de seis, que foram considerados desaparecidos. A petista acionou a Justiça Federal em Brasília contra a cobrança de multa.
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