Uma paródia do famoso quadro de Leonardo Da Vinci, “A Última Ceia”, com drag queens na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, gerou revolta na extrema direita mundial.
A cerimônia, realizada no rio Sena e assistida por milhões em todo o mundo, celebrou a vibrante vida noturna e a reputação de Paris como um lugar de tolerância e subversividade. A famosa cena bíblica de Jesus Cristo e seus doze apóstolos foi recriada com drag queens, uma modelo transgênero e um cantor nu representando o deus grego do vinho, Dionísio.
O deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira ameaçou os infieis em tom jihadista: “Essa é a nossa humanidade. Essa é a nossa civilização. Parece que não há limites para a irracionalidade humana, e com certeza não há limites para a Justiça de Deus.”
Há um detalhe importante: Da Vinci, conhecido por suas imortais contribuições artísticas, era gay, fato muitas vezes ocultado. Além disso, era filho ilegítimo, canhoto e vegetariano. Walter Isaacson, um de seus biógrafos, afirmou: “Leonardo sabia o que era ser visto, e ver a si mesmo, como diferente.”
Embora da Vinci vivesse no século XV, ele lidava abertamente com sua sexualidade, como documentado por Isaacson. No entanto, sofreu consequências por sua orientação sexual, sendo acusado de sodomia duas vezes.
“Em sua vida e nos seus cadernos há muita evidência de que ele não tinha vergonha de seus desejos sexuais. Na verdade, parecia se divertir com eles. […] Leonardo estava bem confortável com a ideia de ter companhias masculinas e não fazia segredo disso”, escreveu Isaacson.
Esse pessoal precisa relaxar.