A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) anunciou nesse domingo (27) que seus suprimentos de farinha na Faixa de Gaza se esgotaram completamente. O anúncio ocorre em meio à intensificação do cerco israelense e ao bloqueio contínuo da entrada de ajuda humanitária.
Em publicação na rede X, a UNRWA confirmou que seus estoques de farinha estão esgotados há dias. O Programa Mundial de Alimentos (WFP) também relatou, em 25 de abril, que suas reservas de comida em Gaza foram totalmente consumidas.
Segundo a agência da ONU, quase 3.000 caminhões carregados de ajuda vital ainda aguardam permissão para entrar em Gaza, enquanto a ocupação israelense mantém fechadas as passagens de fronteira desde 2 de março.
A UNRWA alertou que a fome está se agravando. Mais de 2,4 milhões de palestinos, incluindo crianças, enfrentam escassez severa de alimentos e dependem de refeições quentes fornecidas por organizações de caridade para sobreviver.
A agência enfatizou que o bloqueio prolongado de “Israel”, o mais longo da história de Gaza, levou ao colapso dos mercados locais e dos sistemas alimentares já fragilizados.
A UNRWA apelou pelo fim imediato do cerco e pela entrada urgente de ajuda humanitária para salvar vidas civis na Faixa de Gaza sitiada.
O chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, afirmou que as crianças em Gaza estão “morrendo de fome” como resultado do bloqueio de ajuda imposto por “Israel”. Segundo ele, trata-se de uma fome “provocada pelo homem e motivada politicamente”.
Ainda segundo o WFP, seus últimos estoques de alimentos foram entregues às cozinhas comunitárias em Gaza, que devem ficar totalmente sem comida nos próximos dias. Essas cozinhas têm sido, por semanas, a única fonte consistente de alimentação para a população, atendendo apenas metade dos residentes e apenas 25% das necessidades nutricionais diárias.