Agência Brasileira de Inteligência. Foto: reprodução

Após uma audiência de custódio realizada nesta sexta-feira (12), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a prisão preventiva de cinco pessoas presas na última fase da Operação Última Milha, que investiga bolsonaristas pelo uso das estruturas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem ilegal durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Os presos são:

  • Mateus de Carvalho Sposito (ex-assessor da Secretaria de Comunicação);
  • Richards Dyer Pozzer (empresário);
  • Marcelo Araújo Bormevet (agente da Polícia Federal);
  • Giancarlo Gomes Rodrigues (militar do Exército);
  • Rogério Beraldo de Almeida (influenciador digital).

Trocas de mensagens entre os presos pela Polícia Federal na manhã de quinta-feira (11) indicam que dois deles, ambos policiais, estavam cientes da existência de uma minuta de decreto golpista que visava manter Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições.

A quebra de sigilo da operação revelou que os policiais federais Marcelo Bormevet, que atuava na Presidência da República, e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército em exercício na Abin desde dezembro de 2022, sabiam do plano para um golpe de Estado. Em mensagens trocadas, ambos discutiam a possibilidade de Bolsonaro assinar a minuta do decreto de intervenção.

Um print divulgado pela PF mostra Bormevet referindo-se ao decreto como “a porr* do decreto” e a Bolsonaro como “PR imbrochável”. Bormevet questiona Rodrigues se Bolsonaro já tinha assinado o decreto, e Rodrigues responde: “Assinou nada. Tá foda essa espera, se é que vai ter alguma coisa”. Bormevet então comenta: “Tem dia que eu acredito que terá, tem dia que não”.

O agente da Polícia Federal Marcelo Araújo Bormevet, ex-segurança da campanha de Bolsonaro. Foto: reprodução

Quem são os presos

Marcelo de Araújo Bormevet, que ganhou a confiança do ex-presidente e de Alexandre Ramagem, foi nomeado como chefe do Centro de Inteligência Nacional (CIN) do órgão. Segundo as investigações, essa estrutura era utilizada para monitorar ilegalmente adversários de Bolsonaro.

No governo Lula, Bormevet exerceu um cargo de confiança como assessor na Subchefia Adjunta de Infraestrutura da Casa Civil, mas foi afastado por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Em abril, a Controladoria-Geral da União abriu um processo administrativo disciplinar contra ele.

Mateus de Carvalho Sposito, ex-assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão Bolsonaro, também foi preso. Ele chegou a ser investigado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 por supostamente compor um ‘gabinete paralelo’ que defendia o uso de medicamentos sem eficácia comprovada.

Outro alvo foi o militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues, cedido para a Abin na gestão de Alexandre Ramagem. O subtenente já havia sido alvo em outra fase da operação que mira as supostas ilegalidades na Abin. Na agência, ele trabalhava como assessor de Ramagem e participou do monitoramento sem autorização judicial do advogado Roberto Bertholdo, próximo dos ex-deputados federais Rodrigo Maia e Joice Hasselmann, adversários políticos de Bolsonaro.

Richards Dyer Pozzer, empresário e gestor de produção industrial, também foi preso. Ele havia sido investigado na CPI da Covid por disseminar fake news nas redes sociais.

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Última Atualização: 12/07/2024