
O coronel reformado do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, ex-colega do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na turma de 1977 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), é apontado pela Polícia Federal como líder do grupo de extermínio autodenominado “Comando C4” — sigla para Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos. Com informações da CNN Brasil.
Caçadini foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (28) e está sendo investigado no inquérito dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Segundo as investigações, ele incitou o confronto das Forças Armadas contra os Poderes constituídos, utilizando redes sociais para promover discursos golpistas.
Em janeiro de 2023, poucos dias após os ataques às sedes dos Três Poderes, o militar criou um perfil nas redes sociais chamado Frente Ampla Patriótica, no qual publicava vídeos com teor conspiratório. A Polícia Federal afirma que ele buscava mobilizar grupos de direita e incentivar militares a agir contra o Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Executivo.
Diante do conteúdo político-ideológico das publicações, a Justiça Militar declinou da competência, e o caso passou a tramitar no STF, como parte do inquérito dos atos de 8 de janeiro.

Em janeiro de 2024, Caçadini foi preso acusado de financiar o assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em Cuiabá (MT). Ele está detido no quartel do 44º Batalhão de Infantaria, na capital mato-grossense. O crime deu origem a uma investigação mais ampla, que revelou um suposto esquema de venda de sentenças judiciais nos tribunais do Mato Grosso e até no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
As investigações da PF indicam que o grupo “Comando C4” mantinha uma tabela de preços para monitorar e assassinar autoridades. Os valores variavam conforme o cargo da vítima: R$ 250 mil por juiz, R$ 150 mil por senador e R$ 100 mil por deputado.
As ações fazem parte de um inquérito sigiloso que também apura o envolvimento de servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) e do STJ em um esquema de corrupção e comercialização de decisões judiciais.
Antes de se tornar alvo da Justiça, o coronel Etevaldo Caçadini atuou como subsecretário de Integração de Segurança Pública de Minas Gerais, durante o governo de Romeu Zema (NOVO), em 2019. Ele entrou para a reserva do Exército em 2002.