
O senador Rogério Marinho (PL-RN) é uma das principais figuras do bolsonarismo no Congresso Nacional. Ex-ministro do Desenvolvimento Regional no governo de Jair Bolsonaro, foi um dos articuladores da política econômica ultraliberal da gestão e um dos responsáveis pela aprovação da reforma trabalhista quando era deputado federal.
Atualmente, é líder da oposição no Senado e vive arrotando a santidade da “liberdade de expressão”.
Seu suplente, o empresário Flávio Azevedo (PL), dono do jornal Tribuna do Norte de Natal, protagonizou uma palhaçada ao demitir publicamente o jornalista Heitor Gregório, que mantinha um blog no portal do veículo há mais de dez anos. O motivo foi uma crítica ao prefeito de Natal, Paulinho Freire (União Brasil), que gerou insatisfação em Azevedo.
No dia 14 de março, Gregório postou um vídeo no Instagram questionando a ausência do prefeito em meio às chuvas que atingiram a capital potiguar: “Quase 60 mm de chuva nas últimas horas em Natal. Problemas por toda a parte. O prefeito Paulinho Freire está ausente das redes sociais e de agenda pública que se tenha conhecimento há seis dias. Em seu Instagram, a última postagem foi parabenizando as mulheres. E ecoa nas redes sociais: ‘Cadê o prefeito?’”
A crítica repercutiu e expôs a insatisfação de parte da população com a gestão municipal diante dos transtornos causados pelo temporal. No entanto, apenas duas semanas depois, Flávio Azevedo veio a público justificar a demissão do jornalista, alegando que as críticas ao prefeito o constrangeram pessoalmente.
“Paulinho Freire, independentemente de seu cargo político, é meu amigo pessoal há muitos anos. Nossos ancestrais conviveram fraternalmente durante décadas. Suas críticas, veiculadas no portal da Tribuna do Norte, me causam constrangimento pessoal. Solicito a gentileza de encontrar outra forma de veicular suas críticas e opiniões”, escreveu Azevedo.

A decisão gerou um mal-estar. O diretor-presidente do veículo, Henrique Eduardo Alves, pediu para deixar o cargo, tornando pública sua insatisfação com a interferência direta do empresário na linha editorial.
