Enquanto setores da mídia e do mercado financeiro mantêm o discurso de “gastos públicos descontrolados”, os dados revelados na última terça-feira (13) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelam uma realidade distinta. Em abril de 2025, o governo registrou um superávit primário de R$ 17,7 bilhões, elevando o acumulado do ano para R$ 74,3 bilhões — um aumento de 115% em relação ao mesmo período de 2024, quando o superávit foi de R$ 34,3 bilhões .
Arrecadação sobe, gastos descem
Esse desempenho fiscal é resultado de uma combinação de crescimento na arrecadação e contenção de despesas. A receita líquida atingiu R$ 212,3 bilhões em abril, representando um crescimento real de 4,9% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelas receitas administradas pela Receita Federal, que tiveram um acréscimo real de R$ 5,8 bilhões (3,6%). As receitas do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) também apresentaram crescimento de R$ 1,3 bilhão (2,5%) .
No acumulado do ano até abril, a receita líquida de transferências registrou uma variação real positiva de 3,3%, somando um crescimento de R$ 25,2 bilhões a preços constantes. As receitas administradas pela Receita Federal destacaram-se com um aumento real de R$ 26,6 bilhões (4,2%) no período .
Leia mais: Dívida pública cai a 75,3% do PIB e desmonta falácia da explosão fiscal
Quanto às despesas, em relação a abril de 2024, houve um crescimento real de 2,3%, totalizando R$ 194,6 bilhões. Esse aumento foi influenciado principalmente pelo maior volume de pagamentos de benefícios previdenciários e despesas do Poder Executivo sujeitas à programação financeira.
No entanto, no acumulado do ano de 2025, até abril, a despesa teve um decréscimo real de R$ 14,3 bilhões (-1,9%) em comparação ao mesmo período do ano passado, influenciado pelo menor volume de gastos com sentenças e precatórios .
Pontos de atenção
Apesar dos resultados positivos, há pontos que requerem atenção. As receitas não administradas pela Receita Federal apresentaram uma redução real de R$ 4,9 bilhões (17%) em abril, indicando pressões setoriais. Além disso, o RGPS ainda demanda ajustes estruturais para garantir sua sustentabilidade a longo prazo .
Apesar desses desafios, os números revelados pelo Ipea mostram que o governo tem conseguido manter uma trajetória fiscal positiva, desmentindo narrativas de descontrole nos gastos públicos. Lula e sua equipe mostram compromisso com o equilíbrio das contas públicas, evidenciado pelo superávit acumulado de R$ 73,9 bilhões até abril de 2025.
Leia mais: Petistas criticam terrorismo do mercado financeiro: ameaça à estabilidade do País
Da Redação
