
Ministros do Supremo Tribunal Federal interpretaram como sinal de “desespero” o gesto de Jair Bolsonaro de procurar Hamilton Mourão antes do depoimento do senador à Corte. Com informações de Bela Megale, em O Globo.
Segundo relatos, o inelegível teria buscado o ex-vice-presidente na tentativa de influenciar sua fala, pedindo que negasse qualquer conversa sobre golpe ou ruptura institucional.
A defesa do ex-presidente contestou essa versão, afirmando que o ex-presidente apenas avisou Mourão sobre data e horário da oitiva. O advogado Celso Vilardi garantiu que “não houve orientação de conteúdo” e que Bolsonaro “jamais tentou direcionar o depoimento do senador”.
Mesmo com o desconforto nos bastidores, integrantes do STF afirmam que a Procuradoria-Geral da República é quem deve decidir se haverá apuração sobre a conversa.

No Supremo, a prioridade segue sendo a celeridade do processo. Os magistrados não enxergam no episódio um entrave relevante ao andamento do caso.
Após a fase de depoimentos das testemunhas, será a vez dos acusados se manifestarem formalmente, incluindo Bolsonaro.
O clima entre aliados do ex-presidente é de tensão, com temor de que o contato com Mourão leve a medidas cautelares mais duras, até mesmo uma prisão preventiva.