O Supremo Tribunal Federal transmitirá, por meio de seu canal no YouTube e da TV Justiça, as sessões de interrogatório dos réus do chamado núcleo crucial da tentativa de golpe de Estado.

As oitivas acontecerão presencialmente entre 9 e 13 de junho, na sala de sessões da Primeira Turma. Elas ocorrerão nesta ordem:

  • Mauro Cid (delator);
  • Alexandre Ramagem,
  • Almir Garnier,
  • Anderson Torres,
  • Augusto Heleno,
  • Jair Bolsonaro,
  • Paulo Sérgio Nogueira e
  • Walter Braga Netto (falará por videoconferência, porque está preso preventivamente).

O STF autorizou fotógrafos a registrar imagens nos cinco primeiros minutos do depoimento de cada réu. Cinegrafistas e outros profissionais de vídeo, porém, terão de permanecer do lado de fora prédio.

Os próximos passos

Após o interrogatório, o relator da ação penal, Alexandre de Moraes, intimará acusação e defesa para, nessa ordem, apresentarem suas alegações finais — o prazo para os réus será de 15 dias a partir da manifestação da defesa de Mauro Cid, uma vez que ele fez uma delação premiada que implicou outros investigados.

Ao fim da instrução criminal, caberá a Moraes elaborar um relatório, uma espécie de resumo do caso até aquele momento. O ministro também preparará o seu voto, no qual defenderá a condenação ou a absolvição dos réus.

Após o relator liberar o caso para julgamento, o presidente da Primeira Turma do Supremo, Cristiano Zanin, marcará a data da votação.

A sessão de julgamento começará com a leitura do relatório de Moraes, seguida pela sustentação oral da acusação e da defesa — cada parte terá uma hora para se pronunciar. Quando há mais de um réu em julgamento, o presidente do colegiado pode ampliar o prazo concedido à acusação.

Depois de todas as manifestações, Moraes lerá o seu voto. A seguir, votarão, nesta ordem, os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Em caso de condenação, os ministros também terão de fixar a dosimetria das penas — ou seja, por quanto tempo os réus ficarão presos.

No caso de Bolsonaro, os crimes atribuídos pela Procuradoria-Geral da República totalizam 43 anos de prisão, mas no Brasil o tempo máximo de cumprimento efetivo da pena é de 40 anos.

O ex-presidente é réu pelas práticas de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, dterioração de patrimônio e organização criminosa armada.

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Last Update: 03/06/2025