O Supremo Tribunal Federal prorrogou, por mais 60 dias, o inquérito da Polícia Federal que apura os supostos casos de assédio cometidos pelo ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.
A decisão foi tomada nesta segunda-feira 17 pelo ministro André Mendonça, relator do processo que tramita em sigilo no tribunal. O teor da determinação do ministro foi revelado pela jornalista Malu Gaspar, colunista do jornal O Globo.
Segundo a publicação, a PF havia solicitado, na semana passada, mais prazo para concluir a apuração contra o ex-ministro após colher depoimento das vítimas e outras testemunhas. Apesar de receber mais dois meses para investigar o caso, agentes que participam do inquérito sinalizaram ao jornal que devem concluir a apuração antes da data final determinada por Mendonça.
Relembre o caso
Silvio Almeida ocupava, desde o início do governo Lula (PT), o cargo de ministro dos Direitos Humanos. Ele ficou no posto até setembro de 2024, quando foi exonerado após revelações de denúncias de assédio sexual e moral. Uma das vítimas seria a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial.
Segundo depoimento e entrevistas concedidas por Anielle após a revelação do caso, os episódios de assédio cometidos por Almeida duraram mais de um ano e teriam ‘escalado para um desrespeito inesperado’. Ela teria sido assediada pelo ex-ministro, inclusive, durante reuniões oficiais.
Outras vítimas seriam ex-alunas do advogado.
Almeida tem negado “veementemente” as acusações desde que as denúncias vieram a público. O ex-ministro tem dito que os episódios relatados são falsos e que fariam parte de um processo de disputa de poder que teria como objetivo destruir sua reputação.
Em postagem recente nas redes sociais, o ex-ministro publicou uma espécie de manifesto, em que repete a linha de defesa. Na publicação, o advogado informa que, após o período afastado, irá retomar atividades no seu canal do YouTube e lançar uma nova edição do seu livro.
Além da apuração na PF, autorizada pelo Supremo, as denúncias contra o ex-ministro também são investigadas pelo Ministério Público do Trabalho.