
O Supremo Tribunal Federal (STF) encerra nesta terça-feira (9) o último julgamento da trama golpista e, com isso, deve voltar suas atenções para casos envolvendo desvios de emendas parlamentares, investigações sobre crime organizado e desdobramentos que atingem filhos de Jair Bolsonaro (PL). Com informações do Globo.
A conclusão dos quatro núcleos ligados ao golpe abre caminho para que a Corte reorganize suas prioridades ao longo de 2026.
O primeiro julgamento de impacto do próximo ano será o do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), previsto para o fim de fevereiro. Estarão no banco dos réus o ex-deputado Chiquinho Brazão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio (TCE-RJ) Domingos Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, além de outros dois acusados.
A ação está pronta desde junho, mas ficou em espera enquanto o STF julgava os casos relacionados à tentativa de golpe, incluindo a condenação de Bolsonaro.

Moraes amplia foco sobre crime organizado
Relator dos principais inquéritos, Alexandre de Moraes deve concentrar esforços em apurações sobre a “infiltração política” do crime organizado no Rio de Janeiro. Na semana passada, ele mandou prender o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar, e indicou que reunirá novos elementos no inquérito derivado da ADPF das Favelas, que investiga milícias e facções no estado.
Também estão prontos para julgamento os processos contra os deputados Josimar Maranhãozinho e Pastor Gil, além do suplente Bosco Costa, acusados de “comercialização” de emendas parlamentares. Os três parlamentares são do Partido Liberal (PL).
O relator, ministro Cristiano Zanin, já pediu que o caso seja incluído em pauta na Primeira Turma, mas isso deverá ficar para 2026. Outras apurações sobre desvio de emendas seguem em andamento, muitas sob sigilo, e já motivaram operações da Polícia Federal.
Filhos de Bolsonaro seguem na mira
Mesmo com o encerramento da trama golpista, permanecem pendentes casos que envolvem Eduardo e Carlos Bolsonaro. Eduardo virou réu por coação por sua atuação nos Estados Unidos pressionando autoridades brasileiras.
O julgamento de mérito deve ocorrer no próximo ano. Ele afirma que não atuou pela absolvição do pai, mas pela aprovação da anistia, e classificou a atuação do STF como política.
O golpista Paulo Figueiredo, denunciado em duas ações, ainda não foi formalmente notificado por morar nos EUA. Ele chama as acusações de “fajutas” e fruto de “perseguição política”.

Carlos Bolsonaro (PL-RJ), por sua vez, foi indiciado no inquérito que apura uma estrutura paralela na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O relatório também apontou participação de Jair Bolsonaro.
O caso está na Procuradoria-Geral da República (PGR), e Carluxo nega qualquer pedido ou recebimento de dados da agência: afirma que nunca recebeu de “pessoas vinculadas à agência qualquer tipo de informação e dados de terceiras pessoas”.