O Supremo Tribunal Federal (STF) e a produtora Porta dos Fundos anunciaram, no Dia Internacional da Mulher, uma parceria para a produção de vídeos que supostamente visam conscientizar a população sobre os direitos das mulheres. O projeto, defendido pelo presidente da Corte Luís Roberto Barroso, como uma “forma lúdica” de divulgar informações jurídicas, gerou críticas nas redes sociais, tanto pelo tom adotado quanto pelo envolvimento de um grupo de comediantes que já foi protagonista de polêmicas com setores conservadores e religiosos.

Embora o STF tenha garantido que não houve repasse financeiro para o Porta dos Fundos, a colaboração entre a mais alta instância do Judiciário brasileiro e uma produtora de conteúdo abertamente financiada por interesses estrangeiros levanta questionamentos sobre a independência da instituição e o papel do humor na propaganda política e ideológica.

Um dos fundadores do Porta dos Fundos, Gregório Duvivier já admitiu publicamente que a produtora foi adquirida por um conglomerado norte-americano. A ViacomCBS, que controla a produtora desde 2017, é uma gigante da comunicação mundial, ligada diretamente à promoção dos interesses do imperialismo dos Estados Unidos, que desde sempre, se utiliza da cultura e do entretenimento para disseminar sua agenda política em países periféricos.

A parceria com o STF insere-se nessa conjuntura: a corte, que nos últimos anos tem se posicionado como um dos principais atores da ofensiva autoritária no Brasil, recorre ao humor para tornar palatáveis suas políticas de censura e controle da opinião pública. O viés progressista da campanha é apenas uma roupagem para a construção de um ambiente favorável ao pensamento único, promovido pelos grandes monopólios de comunicação dos países desenvolvidos.

Os vídeos produzidos tratam de decisões recentes do STF, como a proibição do uso da tese de “legítima defesa da honra” em casos de feminicídio e a ilegalidade de questionar a vida sexual de vítimas de crimes sexuais. Ainda que sejam temas relevantes, o modo como são apresentados revela o verdadeiro objetivo da campanha: aproximar a população de uma visão distorcida de justiça, onde o STF aparece como um defensor dos direitos humanos, ao mesmo tempo em que persegue adversários políticos e impõe a censura ao debate público.

Não por acaso, a iniciativa encontrou resistência entre os próprios internautas, que denunciaram a parceria como mais uma tentativa de propaganda ideológica reacionária travestida de conteúdo humorístico e de viés esquerdista. Em meio às críticas, muitos destacaram a contradição de um tribunal que se apresenta como guardião da liberdade enquanto cerceia opiniões e instrumentaliza o entretenimento para legitimar suas posições.

O STF reforça seu compromisso com a ditadura mundial ao escolher a produtora como sua aliada na “educação” do público brasileiro. No fim das contas, trata-se de mais um exemplo da cooptação da cultura e da comunicação de massa para a imposição de uma propaganda conveniente ao imperialismo, que cada vez mais usa o Judiciário seu principal instrumento de controle social e político.

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Last Update: 12/03/2025